"Falemos dos chamados fundos de investimento, assunto de que o povo pouco sabe, porque quem gosta verdadeiramente de futebol quase nunca se liga às questões materiais e menos ainda aos segredos da governação dos clubes.
Pois os ditos fundos, que a FIFA vai pendurar na forca a partir de maio, estão a consumir a paciência do sector financeiro da bola, já que o seu desaparecimento implicará enormes perdas, sobretudo para os clubes, atletas e agentes (empresários) desportivos.
Grande parte das perdas são óbvias: sem investimento externo, sem a possibilidade de partição dos direitos económicos e financeiros dos jogadores, os clubes de parcos recursos ver-se-ão obrigados à aquisição de mão de obra menos qualificada.
Mais: com o fim anunciado dos tais fundos, que tinham como característica o facto de serem fechados, isto é, detidos exclusivamente pelos investidores, aqui e ali com capitais de origem duvidosa, abre-se imediatamente caminho a alternativas que poderão tornar-se mais perigosas.
Quer dizer: ao invés de regular, de restringir e de responsabilizar, numa lógica de total transparência, a FIFA prefere arrasar. Mas sem medir as consequências.
O que nos espera, então, a partir de Junho? Da forma como a máquina tem funcionado, só se admite uma saída: a compra, por parte desses mesmos investidores, de clubes e sociedades desportivas que servirão, no pior plano, para lavar capitais estranhos e, claro, proporcionar boa rentabilidade.
Voltaremos então a esse tempo dos clubes virtuais, como o Rentistas de Juan Figger, ou o nosso conhecido Corinthians Alagoano, e com a agravante, deixem-me adivinhar, de por essa altura toda a gente estar licenciada para negociar no mundo do futebol.
É que a FIFA, senhores, também decidiu acabar com os agentes já em Março! Outra polémica que promete agitar a praça... e a própria FPF!..."
Paulo Montes, in A Bola
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