"Começo por confessar que o regresso de Ricardo Quaresma ao FC Porto me surpreendeu positivamente. Não acreditava que um jogador com as características de personalidade de Quaresma voltasse a atingir padrões tão elevados de qualidade, depois de um largo período de profunda hibernação competitiva. Enganei-me e a verdade é que Quaresma trouxe a este FC Porto alguma da classe que lhe faltava e que se tornou ainda mais evidente depois da estranha opção de libertar Lucho González a meio da época.
Também admito que algumas exibições me fizeram pensar sobre se não seriam suficientes para Paulo Bento o incluir no lote dos eleitos para o Mundial, mas nada do que aqui se afirma, porém, me impede de dizer que a decisão do Conselho de Disciplina da FPF sobre a atitudes e comportamentos do jogador no final do jogo com o Nacional é escandalosa, contribui gravemente para a desacreditação moral do futebol português e, por isso, deve merecer que se instaure um rigoroso inquérito para se perceber a quem cabe a responsabilidade do escândalo, se ao órgão de justiça, se ao árbitro do jogo, o qual, com esforçada ajuda de um dos seus auxiliares, também andou transformado em segurança, tentando travar a fúria do jogador.
Vem, agora, o presidente do FC Porto dizer que Quaresma apenas reagiu a provocações racistas, que teriam origem numa campanha para o afastar da selecção nacional. Seria lamentável se essa provocações tivessem existido e ficassem sem o devido castigo, mas ligá-las a uma acção combinada (por quem?) para afastar o jogador do Brasil é uma presunção ridícula, especialmente quando não há uma única palavra para recriminar a desabrida atitude do seu jogador."
Vítor Serpa, in A Bola
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