"Sempre apreciei o futebol holandês. Seja o das laranjas mecânicas que brilharam desde os tempos de Cruyff e Cª que se eternizaram apesar de vices, seja o dos clubes-escola como o notável Ajax, sem esquecer o Feyenoord e o PSV. Na Holanda pratica-se um futebol alegre, viçoso, colorido como as tulipas.
Na Holanda, o futebol sempre exprimiu um matrimónio feliz entre o gosto pelo espectáculo e fantasia e o sentido de eficácia que se mede pela exuberância dos golos que se marcam.
Tal como na Inglaterra, nos Países Baixos os jogadores não entram em campo com um relógio de pulso para gerir o tempo em função do resultado. Jogam o primeiro minuto tal qual o último. Jogam a ganhar por um golo tal e qual se estivessem a ganhar por seis. Jogam quando estão a perder com o mesmo ânimo e esperança como se estivessem a ganhar. Jogam com a mesma têmpera, tenham uma semana para descansar ou dois dias de pausa para o jogo seguinte.
Fiquei satisfeito com o que o sorteio designou como oponente do Benfica: o AZ Alkmaar. Dizem os entendidos que foi favorável, considerando outros hipotéticos confrontos. Veremos no relvado. Mas a minha satisfação tem sobretudo a ver com o fascínio que a escola holandesa sempre me suscitou. Como regra, sugere jogos entusiasmantes sem a indolência táctica de tantos outros. A última vez que o Benfica jogou com holandeses (Twente), tivemos dois belos encontros com oito golos.
Em qualquer caso, o Benfica que se acautele. E que tire todas as (boas) lições de ter usado relógio de pulso contra o Tottenham. Nunca há certezas antes dos jogos terminarem..."
Bagão Félix, in A Bola
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