"Josué foi suspenso um jogo por uma alegada cuspidela num adversário. Um castigo (em função da volumetria salivar?), tal qual o que resulta de um 2.º cartão amarelo por se festejar um golo sem camisola.
Josué - recorde-se - tem dois clubes, o Porto e o anti-Benfica, e duas certezas na carreira: a primeira é a de que um dia iria voltar ao FC Porto e outra é de que nunca jogaria no Benfica, «Sou do FC Porto e toda a gente que é deste clube não gosta do Benfica».
Brilhante foi a coincidência de ter sido pela primeira vez titular na Selecção Nacional na semana do castigo! O que evidencia a plenitude ética do nosso futebol. E quem sabe a diferença epistemológica entre cuspidela e salivação.
Tudo se explica por uma razão mais ou menos científica: é que 99,42% da saliva é água, pura e cristalina. O resto do fluido é formado por proteínas e sais minerais, certamente saudáveis. Além disso, a produção diária varia entre 1 e 1,5 litros pelo que há necessidade de, por vezes, a escoar mais depressa.
Também é sabido que as glândulas salivares recebem ordem do cérebro, o que para alguns faz crescer a água na boca em certas situações. Neste caso, só gostaria de saber se o cérebro actuou por excesso de zelo portista ou antibenfiquista. Como diz a adivinha: sem ser comida ou bebida, entro na digestão, sem ser dada nem pedida, cumpro a minha obrigação. E como bem diz o adágio sul-americano é tudo uma questão de tempo: el que escupe para arriba, le cae la saliva en la cara.
Afinal em que ficamos: é o futebol um jogo impróprio para cardíacos ou será mais próprio para jogadores salivosos e escolhas salivantes?"
Bagão Félix, in A Bola
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