"Os árbitros portugueses poderiam escrever um novo livro do desassossego. Falta-lhes, porém, em talento literário o que lhes sobeja em assunto. A única consolação é que os árbitros sabem que não é de hoje que haja gentes e poderes com uma mal disfarçada vontade de os controlar, de os manipular. A experiência do passado recente, com o famigerado apito dourado, foi traumatizante e os árbitros são os primeiros a sentirem que têm de se liberar dessa imagem de serventes de poderes obscuros.
Recentemente, a discussão sobre independências, influências, maledicências e interferências agudizou-se e os árbitros voltaram a estar próximos de uma revolta. A Bola foi acompanhando clamores e estados de espírito e foi sabendo das razões dos árbitros insatisfeitos. Demos, também, a versão federativa e, aí, não foi menos espantoso verificar que há uma ideia institucionalizada na FPF de que o novo modelo de classificações foi pensado e programado para que os árbitros não regressem a vícios antigos de lobis e compadrios, dando vantagens a quem as não merece.
Fica por salvaguardar o essencial. As últimas classificações tiveram como resultado algumas aberrações indefensáveis e se a FPF se obriga a defender critérios inatacáveis e acima de qualquer vício tem de começar por assumir os erros anteriores, perceber as suas origens e dar garantias de que esses erros não se repetirão.
PS - Por falar em árbitros. Como foi possível que Hugo Pacheco, o árbitro do recente FC Porto - Celta, não tenha expulso Kelvin? Procurou proteger o jogador? E não perceberá que essa atitude só pode prejudicar um jovem com talento mas com preocupantes comportamentos de risco?"
Vítor Serpa, in A Bola
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