"Um museu vive de recordações mas sabe que, a cada momento, o presente nos lega mais taças, mais conquistas, mais excelência.
1. Um dos grandes nomes da literatura contemporânea, Jorge Luís Borges, escreveu que «a memória é o essencial, visto que a literatura está feita de sonhos e os sonhos fazem-se combinando recordações». Na passada sexta-feita foi inaugurada a casa da memória do Benfica, o Museu Cosme Damião. Ao percorrer aquele excelente e atractivo espaço, no meio de campeões únicos e que ergueram bem alto o nome do Benfica, vibrei com o passado, reconheci o presente e assumi o futuro. Futuro que nos provoca, em cada instante, uma multiplicação de sonhos. É que os sonhos fazem-se, sempre, combinando recordações. Um Museu como este é, tem de ser, um museu vivo. Vive de recordações mas sabe que, a cada momento, o presente, este presente, nos lega mais taças, mais conquistas, mais referências, mais instantes de excelência.
O Museu é um marco na história do clube. E Luís Filipe Vieira, Alcino António e a extraordinária e competente equipa liderada pelo António Ferreira merecem público reconhecimento e sentido agradecimento. Este Museu passa a ser um local de visitação. De todos os benfiquistas e de todos aqueles desportivas e não desportistas que querem conhecer a história de um dos grandes clubes da Europa e do Mundo. É um projecto que enobrece o Benfica, que nos ajuda a combinar todos os elementos que nos são proporcionados com a história contemporânea de Portugal com os grandes e exaltantes momentos de um clube de orgulho ecléctico. E, no final, sentir o voo da águia, isto é, um filme lindo que em mil segundos nos leva a percorrer um século! De história e de estórias! É um bem essencial. Neste tempo em que há tantos homens - e mulheres - que deixam de ter memória ou que, por circunstâncias várias, suscitam um apagão, decerto bem temporário, da sua memória!
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3. Apesar da crise não deixamos de ter notícias de múltiplas contratações de jogadores. Portugal e a nossa regulamentação desportiva permite a múltipla contratação de jogadores não portugueses. As leis e os princípios europeus e a igualdade de direitos entre brasileiros e portugueses permitem que a nossa liga seja um liga bem aberta. Singularmente aberta como já percebeu a indústria internacional de intermediação de jogadores, em particular aquela relacionada com os múltiplos e bem diferentes futebóis sul-americanos e com o conjunto de clubes que, nesses territórios, só são de formação. Mas é, igualmente, a nossa Liga, uma liga vitrina. Aqui muitos jogadores exibem as suas imensas qualidades e são, quase de imediato, projectados para as outras ligas mais ricas. Em parte, e em certos casos, somos cada vez mais uma liga barriga de aluguer. O que também se evidencia com a chegada de certo tipo de investidores, bem desconhecidos, a alguns clubes - agora sociedades - de Portugal. Que, no entanto, se não forem objecto de dfiscalização e controle podem provocar os sarilhos que atingem, dolorosamente, o Beira-Mar. O Beira-Mar clube a partir da Beira-Mar, SAD. E, neste âmbito e nesta sede, importaria reflectir acerca de mecanismos de controlo que poderiam ser suscitados em sede de Liga profissional de clubes e, até, no âmbito de um poder de superintendência da Federação Portuguesa de Futebol.
4. No Europeu de sub-19 que se está a disputar na Lituânia procuramos, amanhã, a presença na final desta competição. Defrontamos a forte selecção da Sérvia. E já sabemos, agora, e em razão do Benfica e de algumas das suas recentes e promissoras contratações, a qualidade do futebol sérvio. Razões para que a selecção liderada por Emílio Peixe tenha todo o cuidado e não ignore, desde o apito inicial, os jovens futebolistas da Sérvia. Por cá, e nos jogos particulares que o Benfica vem disputando, já nos apercebemos do perfume sérvio. Perfume que nos pode proporcionar muitos sorrisos e muitas alegrias nesta época desportiva que oficialmente acaba de arrancar.
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Fernando Seara, in A Bola
Entre tantas galináceas publicações virtuais, aqui está uma publicação digna. Bem escrita, ponderada e com critica construtiva. Diz-me como escreves dizer-te-ei quem és.
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