"Benfica sofreu desnecessariamente em St. James Park.
O domínio no futebol tem alternâncias, umas vezes é contínuo outras é mais repartido. A equipa que mais se aproxima da vitória é aquela que cria mais oportunidades para marcar. Contudo, o que decide a predominância, ou não, são os golos. O Benfica iniciou o jogo em St. James Park a todo o gás, e em cinco minutos criou duas ocasiões flagrantes para sentenciar a eliminatória. Lima com um soberbo calcanhar e Gaitan com um remate precipitado colocaram em sentido a equipa inglesa que viu Haidara salvar em cima da linha.
Jesus ao escolher o sistema de 4x3x3 visava o equilíbrio em todos os sectores O plano resultou durante toda a primeira parte. O trio de meio campo foi preponderante ao interpretar quase perfeitamente o binómio defesa-ataque. Um autêntico acordeão que explanava o jogo e fechava os caminhos às iniciativas adversárias.
Nas acções ofensivas, Lima, muito móvel e activo solicitava passes com os médios alas muito fortes no um contra um. A dupla função de Gaitan, excelentemente interpretada, cotou-o como o melhor em campo. Por tudo isto, as Águias na primeira metade realizaram um jogo veloz, intenso, electrizante e bem praticado.
O pecúlio encarnado foi positivo, só faltou a eficácia, pois para além das duas madrugadoras ocasiões o Benfica gerou mais uma, quando após excelente jogada de Ola John, Sálvio desperdiçou ao cabecear ao lado.
Nas poucas vezes em que o Newcastle tinha a bola em sua posse, um Benfica precavido defendia coeso e em bloco. Por isso, o primeiro remate dos ingleses foi aos 41 minutos. À excepção dos últimos 5 minutos, o Benfica foi sempre superior aos “magpies”. Lá está, dominou, criou oportunidades, mas não marcou.
No recomeço da segunda parte, o Benfica impôs-se novamente, embora, aos poucos, os ingleses tentassem equilibrar o jogo. Porém, o Benfica teve sempre mais perto de marcar. Ola John em boa posição rematou por alto. Depois de outra boa jogada entre Ola John e Gaitan, este serviu Lima que isolado atirou ao lado. No entanto, a oportunidade mais evidente pertenceu a Gaitan aos 62 minutos, mas o argentino não acertou com a baliza.
Alan Pardew, aos 65 minutos, lançou Ben Arfa e o perigo mudou de baliza. Aos 71, Matic e Garay não comunicaram e o francês, recém entrado, meteu-se de permeio serviu Ameobi e este ofereceu o golo a Cissé.
A partir deste momento o jogo ganhou emoção e a incerteza pairava no St. James Park. O futebol é isto. O Benfica que poderia estar descansado se não desperdiçasse meia dúzia de oportunidades via-se neste período na contingência de poder ser afastado da competição. Depois do golo inaugural, o Newcastle acreditou, pressionou, ganhou dois cantos e dois livres frontais mas felizmente para o Benfica ficou-se por aí.
Entretanto, Jesus, atento, mexeu. Introduziu Cardozo e Rodrigo e o domínio do jogo na fase final voltou a pender para as Águias, as quais remataram por 6 vezes nos últimos 10 minutos. E Sálvio já no tempo extra acabou por resolver a questão.
Porém, o sofrimento era latente apesar de ser mais psicológico do que real. É verdade que tudo poderia ter acontecido. O receio de que os ingleses marcassem o segundo golo passou pela cabeça da equipa encarnada e até de Jesus, pois no final acabaria por confessar ter sido um jogo «complicado, sobretudo nos últimos 20 minutos».
Contas feitas para os ingleses, ficou apenas a ânsia do espectacular público britânico em eliminar o Benfica e a forma como criou um formidável ambiente de apoio para catapultar, entusiasmar e motivar os magpies. Mas não passou disso pois, futebolisticamente, os ingleses na prática não criaram nenhum perigo ao longo do jogo."
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