"Desta vez, nem vitórias sofridas, nem ansiedades, nem assobios vindos das bancadas. O Benfica arrumou em meia hora qualquer sonho do Gil Vicente, partiu para uma goleada e vincou que não está disposto a perder a liderança do campeonato. Na definição das prioridades, Jorge Jesus apostou forte no desafio com os gilistas e mostrou tudo o que ficara esquecido na partida com o Bordéus.
Antes do mais, o regresso de Matic e, no caso concreto, principalmente de Enzo Perez, recolocaram o meio-campo dos encarnados no patamar de exigência que a equipa impôs a si própria. Na realidade, a defesa não era o principal problema, apesar da baixa inesperada de Luisão (pode ser, sim, um caso mais complicado em França se não puder jogar), tal como a frente de ataque não preocuparia com estes ou outros protagonistas. A chave está, como sempre esteve, na zona intermédia. E como foi diferente agora.
Por outro lado, mesmo sem precisar de ser avassalador, o conjunto benfiquista realizou correctamente tudo aquilo que são princípios básicos numa equipa que tem elementos tecnicamente superiores. Ver subir os laterais devidamente salvaguardados nas suas costas (a propósito, grande golo de Melgarejo), ou dar liberdade para os alas explorarem outras zonas do terreno, acabaram por causar danos irreparáveis num adversário que não é tão incipiente como aparentou.
Aliás, e isto deve ser salientado, o Gil Vicente não quis apresentar-se na Luz a jogar para o "pontinho". Luís Martins, Hugo Vieira e André Cunha foram alguns dos exemplos de elementos da equipa de Barcelos que nunca desperdiçaram a oportunidade para tentarem passar "pelo buraco da agulha". Valeu-lhes um remate à barra da baliza encarnada e duas ou três intervenções difíceis de Artur. Um contraste com o desacerto no sector defensivo, com o guarda-redes Adriano em foco, ele que teve uma daquelas noites em que tudo lhe correu mal.
Mas voltando aos alvos de Jorge Jesus, para que não ficassem dúvidas sobre o que é realmente determinante para o técnico, até mesmo depois de chegar ao intervalo com o jogo resolvido, nem assim entendeu poupar algumas peças para o próximo desafio da Liga Europa. Só depois do quarto golo, já a queimar o minuto 70, retirou Ola John, e ainda esperou mais sete minutos para "dispensar" Enzo. E Lima só foi rendido nos últimos cinco minutos da partida. Interessante, em comparação com o que fez Vítor Pereira na partida do FC Porto com o Estoril, em que a "loja" fechou logo no fim do primeiro quarto de hora.
O Benfica chega a esta altura, com apenas oito jornadas para concluir o campeonato, como líder isolado, equipa mais concretizadora e com melhor saldo entre golos marcados e sofridos. É um indicador, obviamente, embora não possa ser entendido como um indicador definitivo. A próxima jornada será, eventualmente, a mais esclarecedora deste conjunto de rondas do mês de Março Não só porque o Benfica vai a Guimarães e o FC Porto à Madeira, mas também porque ambos têm testes europeus a meio da semana. E com jogos que vão decidir apuramentos."
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