"Imaginemos que eu, este escriba que vos dirige, sou um presidente sem escrúpulos de um clube cuja história foi vandalizada por ventos infectos de corrupção. E imaginemos que você, leitor (sim, pode ser você mesmo!), é o presidente de uma organização de árbitros com todos os contornos de mafiosa. Somos amigos de há muito - é natural, gente de má índole tem tendência a criar laços. Entre nós os arranjinhos são fáceis, quase quotidianos, falamos com frequência ao telefone sem crer sermos escutados por alguns polícias para os quais o conceito de Justiça ainda faz sentido, acertamos as nossas tafularias com casquinadas pelo meio e observações rascas sobre este ou aquele, tratamo-nos por filha de uma cabra para aqui, filho de um mulher da vida para acolá porque é assim que se tratam os grandes amigos no lugar triste de onde tal gentalha vem.
Aproxima-se um jogo importante, que decide um troféu. Eu, presidente do clube sem ética, peço-lhe a si, presidente de árbitros sem probidade, um funcionário conivente. Discutimos nomes, há um deles que me convém por demais, solto logo uma exclamação feliz - 'esse é que era bom!' - por entre meia dúzia de porcarias. O entendimento faz-se. Avança para o jogo o árbitro que dá jeito. E o árbitro que dá jeito dá um jeito - o meu clube trapaceiro ganha com uma trapaça validada pelo juiz sujo. Mais uma taça usurpada. Só que isto não é produto da minha imaginação. E como pode vir agora, tal árbitro desacreditado bradar aos quatro ventos que justiça não foi feita, reclamando-se vítima??? Nós sabemos que não foi feita. Se o tivesse sido há muito que tal figura crapulosa teria sido varrida para as sarjetas da história..."
Afonso de Melo, in O Benfica
Mais um post à Afonso Melo,obg companheiro,mas,ele veio carpir pk,se calhar n lhe pagaram o k era normal pagarem,será!?!?
ResponderEliminar