"Manda D. Palhaço (ou alguém por ele, agora que o dizem ininputado por prodigalidade) que volta e meia um dos sabujos ao seu serviço se predisponha a soltar uma ou duas porcarias com as quais julgam assumir a intensidade dos seus raivosos sentimentos. O episódio do Austríaco-bronco acabaria por ser hilariante, tal a pobreza de espírito e de vocabulário de tão grotesca figura, já convenientemente trucidada pela inumana máquina da Madalena, e chutada para a estrumeira dos que deixaram de ser úteis ao Processo de Corrupção em Curso. Despachado o germano, ergue-se a voz do Maicão, curiosamente protagonista de um dos momentos mais sem-vergonha que todos podemos recentemente assistir. Pobre Maicão. A pocilga espera-o.
D. Palhaço usa e deita fora. Mas até fazer parte do monturo dos néscios julga-se importante. Tal e qual como Aquele-que-vive-de-cócoras, feliz por receber em sua casa uma delegação de trampolineiros. Há no pobre tonto uma esp´cie de orgulho por pensar que, de portas para dentro, as coisas se passam diferentemente. Tratado caninamente de cada vez que mendiga favores ao Gaseificado, supõe que abrindo as portas aos seus asseclas impõe respeito. Ah! Que leveza de espírito! Se contava com pedidos, recebeu ordens, se esperava solicitações, ouviu sentenças. E, zeloso, tratou de as cumprir, como sempre fez, horrorizado pela possível perda do cargo que preza mais do que a honra e a dignidade. Algo há que esta gentinha de cerviz dobrada, vexada e mansa, nunca será capaz de perceber: não estão simplesmente de cócoras na vida. Nasceram de cócoras, vivem de cócoras, morrerão de cócoras."
Afonso de Melo, in O Benfica
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