"Ano após ano, vemos a maioria dos árbitros portugueses fazer tábua rasa da decência. Vemo-los errar sistematicamente em protecção do mesmo clube. Vemo-los sorrir nos finais dos jogos com o prejuízo causado ao desporto e à verdade. Vemo-los em subserviências bacocas, parolas, medrosas, cobardes e interesseiras ao mesmo poder que, ano após ano, garante a promoção dos árbitros mais medíocres e mais permeáveis à chantagem e ao servilismo.
Ano após ano, época após época, década após década fomos vendo como os nomes mudam e as práticas permanecem. Aos Garridos sucederam os Fortunatos, os Porém, os Donatos, os Pratas, os Isidoros, os Guímaros, os Calheiros (estes aos pares), os Coroados, os Lucílios, os Costas, os Proenças, os Soares Dias, os Sousas e todos os outros Xistras. São tantos e tão iguais que se distinguem apenas pela troca da bigodaça pelo gel no cabelo, do dinheiro pelas peças em ouro ou das viagens pelas prostitutas. Ano após ano vemo-los em actos de fartar vilanagem em público, em directo e com direito a promoções, louvores e homenagens. Sabendo nós que o erro é humano, ano após ano, querem-nos fazer acreditar que a premeditação do erro é uma fatalidade humana. E, assim, o erro premeditado passou a ser banal, humano, perdoável, louvado, defendido corporativamente, legitimado e condição essencial para se fazer carreira na arbitragem.
E enquanto chafurdam neste pântano nojento ainda nos dizem que o nosso Benfica tem de ser superior a tudo isto exactamente porque já sabe que, inevitavelmente, vai ter de se confrontar com tudo isto. Ou seja, há quem já aceite passivamente a viciação das regras como a primeira regra do jogo."
Pedro F. Ferreira, in O Benfica
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