"Homenagear Eusébio não é só obrigação, é um dever e um prazer. Deixo-vos dois episódios. Treinados por Fernando Santos, fomos jogar uns quantos-de-final da Taça UEFA a Montjuich, com o Espanhol. Uma hora antes do jogo, estádio quase vazio, estava no camarote presidencial a falar com Eusébio quando um grupo salta a vedação da tribuna de imprensa em direcção a nós de forma furiosa: eram jornalistas da rádio e da televisão que queriam... autógrafos e tirar fotografias com Eusébio. Nem entrevistas, nem questão, simplesmente estar com ele e dizer-lhe quanto o apreciavam. Quem com ela priva perde noção da dimensão que tem. Dois anos antes, numa mítica deslocação a Liverpool, fui com Eusébio no voo da equipa. Quando aterrámos, ele saiu à frente, com a direcção do SLB, seguido pelos jogadores e adeptos. Chegados ao controlo da fronteira, o polícia viu Eusébio e, incrédulo, abandonou o posto para tirar uma foto. Em segundos, vários polícias se juntaram, e os restantes passageiros acabaram por passar sem mostrar passaporte. 'Rei' é 'Rei' quando se está em terras de Sua Majestade. Di Stefano considera Eusébio o melhor de sempre, Eusébio retribui esse tributo ao madrileno - uma coisa é certa, não é possível fazer a constelação dos mais cintilantes sem lá pôr Eusébio da Silva Ferreira. Mais que um símbolo do nosso clube, ou mesmo do nosso País, Eusébio une sentimentos de quem gosta do futebol e do desporto em todo o mundo da maneira singular, de uma forma só ao alcance de quem está mais perto dos deuses do Olimpo do que dos humanos da Terra. Um enorme abraço, Eusébio, e obrigado por tudo."
Sílvio Cervan, in Mística
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