"Avançado percebeu que o jogo não chegava à área contrária e tentou sempre ir buscá-la atrás. Lukebakio prometeu melhor para quando houver combustível e Otamendi foi o patrão do costume
A figura - Pavlidis (6)
Parece paradoxal destacar o ponta de lança de uma equipa que criou muito poucas oportunidades de golo. E dessas poucas, na verdade, nenhuma esteve nos pés dele. Mas foi Pavlidis quem trabalhou, e muito, para manter o Benfica ligado ao jogo. Se a bola não vai ter com Pavlidis, vai Pavlidis ter com a bola. Está agora na moda chamar-se «associativo» a este tipo de avançado. Dantes dizia-se que sabe jogar de costas para a baliza, segurar a bola e esperar pelos médios para combinações. «Associativo» fica bem porque se associa ao futebol do conjunto e não espera que o conjunto jogue para ele. É tudo uma questão de Português. Conceitos e modas à parte, foi o melhor do Benfica.
6 Trubin — Mostrou insegurança em duas das poucas vezes em que foi chamado a jogar com os pés. Mostrou também, contudo, atenção máxima quando foi chamado a jogar com as mãos, que é sobretudo para isso que lhe pagam, e com isso ficou quase inviolável a baliza do Benfica. Sobre o golo sofrido não vale a pena falar, foi infelicidade a toda a linha e o ucraniano nada poderia ter feito.
5 Dedic — Tem sido, várias vezes, o dínamo ofensivo do Benfica, capaz como é de carregar jogo para a frente e empolgar a equipa. Em Stamford Bridge teve de ter maiores cautelas defensivas que o habitual e a coisa foi quase sempre bem no duelo com Garnacho. Acontece que no golo decisivo se sentiu muito a falta dele a defender a ala direita encarnada, e isso tem um preço na avaliação global.
5 António Silva — É um jogador discreto e muito eficaz por natureza, do ponto de vista defensivo, o que torna bastante injustas as análises porque qualquer falha se destaca nas exibições de António Silva. Também de destaca pela positiva, várias vezes, quando consegue ir à área contrária causar estragos, o que não sucedeu em Londres. E lá ficam na retina dois ou três passes menos bem conseguidos na construção...
6 Otamendi — É o patrão, e sabe sê-lo com espantosa naturalidade. Já errou? Pois com certeza, quem nunca? Mas até aí soube ser líder, como nos lembramos. Mais um bom jogo, mais uma prova de liderança, fazendo parecer simples a tarefa de de anular o ataque do Chelsea.
6 Dahl — Firme, soube resolver quase todos os problemas defensivos e tentou afoitar-se no ataque, sobretudo na segunda parte. Mourinho sabe que pode contar com ele, se calhar mais ao jeito de relógio suíço do que de mágico cheio de truques na cartola. O tipo de jogador que também faz falta nas equipas, portanto.
5 Ríos — É o ponto de mira de muita gente, porque custou muito dinheiro e o Benfica vai a eleições e é preciso falar de muitas coisas extra e intra-futebol. Não está numa forma espantosa, mas pelo que se vê em campo é injusto fazer dele bode expiatório. O destino tem coisas trapaceiras e realmente foi Ríos a marcar o golo do adversário, mas foi obviamente tratou-se obviamente de um lance de azar e não de incompetência. Falaremos muito sobre este colombiano dentro de meses.
6 Barrenechea — Está a tornar-se um farol do jogo encarnado, a defender e a iniciar ataques. Parece ainda faltar-lhe alguma da manha que marca o futebol europeu (sim, a ideia de que na América do Sul é que ela existe está desatualizada), e por isso vê mais cartões amarelos do que poderia levar. Tem de saber poupar-se...
6 Lukebakio — Ótimos sinais, é um extremo/ala (pelo menos aqui foi) sempre ligado à corrente e capaz de desequilibrar o jogo, por vezes até o da própria equipa. Quando tiver combustível para mais minutos promete vir a ser um caso sério, sobretudo nos jogos em que o Benfica não é dono do espaço todo e precisa de aproveitar o que lhe sobra atrás das defesas contrárias. Mas também será, adivinha-se, um bom abre-latas de defesas fechadinhas.
6 Aursnes — Foi centrocampista, coisa que não tem sido muito, e adivinhem? Jogou bem, pois claro. A careca do norueguês é o ponto de luz do Benfica e vai continuar a ser, jogue onde jogue. Podia ter marcado, ofereceu possibilidades de criar perigo e defendeu como sabe, mesmo tendo de recorrer a uma falta para amarelo, a chamada falta tática, outro neologismo primo do jogador associativo.
5 Sudakov — Amarrado à esquerda, mostrou pormenores do jogador que já desconfiamos ser, mas não parece dar-se bem com o facto de ser pouco influente na organização de jogo da equipa. Ou então foi apenas uma noite menos conseguida.
5 Tomás Araújo — Rendeu António Silva e cumpriu o plano. Não se deu pela diferença, o que atuando em casa de um colosso inglês já quer dizer qualquer coisa de bom.
4 Ivanovic — Teve a oportunidade de remtar e saiu ao lado, sem perigo. Se era arma para atacar o empate, ficou engatilhada.
4 Leandro Barreiro — Cumpriu com o que lhe era pedido em termos defensivos, pouco acrescentou em matéria ofensiva.
4 Schjelderup — Sudakov não foi brilhante, Schjelderup foi baço no pouco tempo que teve para mostrar serviço.
— Henrique Araújo — Entrou, conta para o currículo."

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