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quinta-feira, 16 de outubro de 2025

O Portugal-Hungria


"Ontem, vimos uma Hungria em tudo melhor à recente Irlanda, sendo claramente favorita ao segundo lugar do grupo. Mais subida no terreno, personalizada, tecnicamente dotada e com visível poder nas bolas paradas. O golo sofrido cedo foi um aviso sério, mas que não abalou a nossa equipa.
A Hungria não deixou de ameaçar, mas a resposta goleadora portuguesa chegaria em dose dupla pelo nosso goleador especial, CR7. Semedo e Mendes, os nossos laterais, foram os assistentes preciosos para a reviravolta. A espontaneidade do passe ou cruzamento é tão importante como o toque final.
A segunda parte manteve o jogo aberto e ofensivamente atrativo, sendo que a Hungria ousou dividir, e conseguiu, não só o jogo como as oportunidades de golo criadas.
No final, o empate fora de horas acaba por refletir as muitas jogadas de golo concedidas, algo que dá que pensar, para forçosamente melhorar.

Espaço aéreo nacional
O jogo anterior tinha mostrado a diferença importante entre estar ou aparecer na área adversária. Pode definir o ganhar ou empatar. É perguntar a quem defende aquilo que prefere enfrentar. A atenção e proximidade dos defesas dificulta quem quer finalizar ou, ao contrário, o movimento e timing de chegada do atacante, que surpreende e se torna difícil de parar. 
Foi assim o lance decisivo que deu a vitória sobre a Irlanda. A aposta tardia da presença de Ramos na área duplicou as dificuldades irlandesas e ajudou à entrada fulgurante de Rúben Neves. Entre a marcação apertada a Ronaldo e Ramos surgiu a entrada entre eles do iluminado n.º 21 da Seleção, o mensageiro do amigo Jota.
Questionou-se muito a opção da Seleção pelos cruzamentos para a área. Mas quando não há espaço para remate e a concentração central do adversário é bem estruturada, a saída procura-se nas laterais. Assim, em caso de engarrafamento terrestre, a procura do espaço aéreo justifica-se. Ronaldo e Ramos são, entretanto, avançados muito fortes no jogo aéreo e que justificam a estratégia opcional.
Pela estatura, capacidade de impulsão, leitura da trajetória da bola e pela técnica de cabeceamento, que fazem a diferença. Se encontrarem outra via alternativa, avisem, por favor.

A família e os convidados
Os treinadores das equipas grandes têm periodicamente o exercício de receção dos selecionados e recomeço do trabalho de coordenação da equipa, quase sempre adiado pela prioritária recuperação física dos jogadores. Já se sabe que não se pode ter tudo.
Neste contexto, ou se tem uma equipa mais modesta ou outra onde pontificam internacionais de vários países, o que obriga a uma ginástica específica. É o caso do Benfica e de Mourinho.
É tempo de avaliar as viagens efetuadas, os minutos jogados e as eventuais queixas físicas dos atletas, sem esquecer o estado mental da cada pessoa.
Neste particular, a atenção deve ser mais próxima. Os jogadores não são insensíveis aos resultados, nem à sua maior ou menor utilização, que joga com o seu orgulho e amor próprio. Ter jogado e ter vencido é bem diferente de não ter sido utilizado e ter perdido. Entretanto, o jogo em Chaves para a Taça de Portugal já bate à porta, pouco antes de mais um exigente confronto para a Liga dos Campeões.

Não, obrigado
«Não sinto a falta de nada. É tempo de aproveitar a vida». São frases de Jurgen Klopp, atual diretor geral da Red Bull, talvez surpreendentes para alguns, mas que não me custam entender. Um homem e treinador de carisma inigualável que deixa saudades. O rumo que se escolhe depende da natureza das pessoas, da estabilidade financeira e do que cada um acha mais importante. Livre do stress competitivo, da imprensa e dos adeptos.
Agora é tempo de saborear a família. Quanto aos jogadores, não há que ter saudades, porque, com as devidas exceções, só gostam do seu treinador quando os põem a jogar. Quando tal não sucede, a suposta ligação afetiva entre quem treina e quem joga rapidamente se dilui e o mister antes adorado passa a ser pior do que o pior adversário. No final, a felicidade é que vale a pena e está acima de qualquer bola.

Cabo Verde sem stress
Uma verdadeira proeza, o brilhante apuramento da seleção de Cabo Verde para o próximo Mundial. Na história da maior competição de seleções, somente a Islândia atingiu este patamar, tendo ainda menos habitantes. No final, até a simbólica homenagem a Stopira, um dos históricos defesas da equipa, acabou por resultar no golo mais especial da sua vida e numa despedida épica, inesquecível. Impossível imaginar um final mais perfeito e apoteótico. 'No Stress' era a inscrição nas costas das camisolas dos adeptos. Boa ideia. Retrata bem o perfil e a confiança do adepto dos Tubarões Azuis: Nu bai!"

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