"Lembro-me, aqui há uns largos anos, de uma esclarecedora entrevista do grande Herman José. Dizia o criador e humorista, sobre a fama e a popularidade, que bastava cruzar a fronteira para Badajoz ou Ayamonte, e as grandes estrelas portuguesas passavam ao anonimato. E Herman até o dizia com alguma felicidade, porque isso lhe permitia aproveitar ainda melhor os momentos.
Não é o que se passa, por exemplo, com o treinador Sérgio Conceição. Pois bem, o antigo treinador do FC Porto chegou a Milão e começou logo a mostrar ao que ia. Discutiu em público com o capitão de equipa, no fim de um jogo que venceu (um dos poucos), e afastou-o da equipa, entrou numa senda de derrotas e de exibições sofríveis e já lhe apontam um fim prematuro no comando do AC Milan. Pois é, pois é... a falta de 'Portimonenzis' no campeonato italiano deve estar a ser sentida isso e as influências sempre benéficas (só para os próprios) se engenheiros contestatários, veteranos padrinhos e guardas pretorianas. O que também deve estar a fazer a diferença é a não existência de coação sobre árbitros e agentes desportivos, uma comunicação social mansa e problemas jurídicos do clube resolvidos com a ajuda de juízes amigos, da comarca e de camarote do Dragão.
Ser treinador de um clube e de uma equipa que não se refugia num enclave geográfico para bater no peito e querer fazer guerra a tudo e a todos também não ajuda. São mentalidades. Seja em Ayamonte ou na estilosa Milão."
Ricardo Santos, in O Benfica

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