"Para o primeiro grande duelo da época, duas dúvidas: uma possível revolução, no onze do FC Porto em relação à pré-epoca, e uma provável reformulação, nos corredores laterais do Sporting.
Vamos por partes. Ausentes os internacionais, Vítor Bruno não perdeu tempo e iniciou a construção do novo modelo de jogo com base nos disponíveis. O mínimo que se pode dizer é que não correu nada mal, que os resultados foram positivos e os sinais de crescimento notórios. E se coletivamente o primeiro grande teste apenas surge agora, no plano individual há ganhos indiscutíveis, como a explosão de Gonçalo Borges, a afirmação de Iván Jaime e mutação de Nico González. E por muito que o novo técnico portista esteja tentado a acrescentar ao onze alguns dos consagrados que ainda não jogaram – até que ponto há bluff na questão das “métricas abaixo do expectável”? – estes três deverão ser fixos no onze para o Sporting, ainda que a concorrência dê pelos nomes de Francisco Conceição, Pepê e Galeno. Algo diferente poderá ocorrer na baliza, na lateral esquerda e no centro do ataque. Diogo Costa acrescenta muita confiança a uma defesa individualmente frágil, Wendell reduz essa fragilidade e Evanilson, mesmo sem estar no melhor momento, intimida bem mais que Namaso. Concluindo: mudanças sim, face à pré-época, revolução não propriamente.
O Sporting chega taticamente consolidado a esta Supertaça, de novo assente na estrutura de três centrais (Debast na vaga de Coates) e com as unidades nucleares mais testadas, ao ponto de restar apenas uma dúvida à partida: quem será o outro lateral/ala, além de Catamo, e, por via disso, de que lado jogará o moçambicano. À frente da defesa estará a dupla Hjulmand/Morita e nas costas de Gyokeres o par Trincão/Pedro Gonçalves. A tentação de Rúben Amorim será a de manter a aposta no miúdo Quenda à direita, colocando Catamo na esquerda. Não será, todavia, o mais avisado, já que nenhum deles garante fiabilidade defensiva (sobretudo proteção do espaço interior), além de que o técnico sportinguista tem sido sempre prudente na abordagem de jogos destes, com um ala mais atacante e outro mais defensivo. A reformulação, pelo menos para este sábado, é inevitável, e à falta de Matheus Reis e Nuno Santos, não me surpreenderia a inclusão no onze de Fresneda ou Esgaio (este menos utilizado na pré-época), eventualmente até no lado esquerdo.
E se é na esquerda que está a maior fragilidade do leão neste momento, acresce que é pelo corredor direito que o Porto surge mais agressivo a acelerar, com João Mário, Gonçalo Borges e eventualmente Francisco Conceição. Do lado contrário, e apesar da proteção de um meio campo robustecido (Varela, Grujic e Nico), o maior receio estará no modo como a dupla Zé Pedro/Otávio irá conseguir parar Gyokeres, tratado o problema do joelho que diminuiu o rendimento do sueco na final da Taça. E no centro da defesa portista não há nenhum consagrado pronto a regressar, mesmo sem ter treinado muito, até porque Pepe já não está.
PS: O Benfica vendeu João Neves porque precisou de vender, diga-se o que se disser. E como Renato Sanches dificilmente apresentará rendimento contínuo, a venda do menino bonito dos adeptos só fará sentido se – além de resolver problemas de tesouraria – abrir caminho ao regresso de outro amado do terceiro anel. João Félix, naturalmente."
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