"Ontem foi um dia de grandes expetativas para os amantes do “desporto rei”, no geral, e, em particular, para os benfiquistas, uma vez que o seu glorioso abriu a época.
Sem rodeios ou falsas modéstias, não são apenas os benfiquistas que assistem aos jogos do Benfica. Essa realidade dá-se por diversas razões, por exemplo para conhecer o adversário numa perspetiva mais desportiva ou, esta mais popular, como sempre se ouviu dizer, há os benfiquistas e os outros.
Assim, nos campos e estádios pelo país fora, semana após semana, testemunham-se enchentes de benfiquistas e outros tantos adeptos com um primeiro, segundo ou mesmo terceiro clube que durante o ano defrontará o Benfica.
A tarde de ontem foi para esquecer, mais não seja pelo resultado que foi revelador do que se passou em campo: uma banalização da equipa encarnada, que nem o treinador conseguiu explicar. Aliás, as explicações de Schmidt tiveram a sua dose de surrealismo. Ora referia a necessidade de ter os jogadores focados, ora justificava que não conseguiu por em prática o que foi feito na pré-epoca.
O que se passou é incompreensível, mas começaria por dizer o que sempre ouvi o meu pai e avô dizerem: não basta vestir a camisola do Benfica, há que jogar à bola! E, de facto, ontem não se jogou à bola em Famalicão. Sobre o adversário, obviamente há espaço para elogios porque vencer o Benfica é um feito. Todavia, não desfazendo, cada vez mais os benfiquistas vão estando habituados a estes “feitos”.
O único benfiquista com verdadeiras responsabilidades ficou tão chateado como todos os outros, reação que foi possível testemunhar pela televisão. Contudo, a principal diferença é que ele é o Presidente e deve-nos uma explicação.
É que a tal pré-epoca de que falou o alemão não foi assim tão brilhante. Aparte da vitória sobre o Feyenoord no troféu Eusébio, o Benfica fez exibições razoáveis, com pormenores interessantes, mas nunca demonstrou o que já se viu no passado.
Portanto, sobre pré-epocas brilhantes, nas quais os jogadores espalharam magia e encheram o campo com futebol de qualidade, onde a bola correu entre os seus pés de forma excecional, não foi o que se viu este ano.
Aliás, quando os testes apertaram, os resultados também. Desse modo, na reta final da pré-epoca, assim se justificam o empate e a derrota nos dois jogos mais complicados, quase que pré-anunciando o resultado de ontem.
A realidade é que o Benfica não conseguiu revalidar o título na época passada. Pior que isso, conseguiu incompatibilizar-se de tal forma com a massa associativa que fez com que chegasse ao primeiro jogo da época com margem de erro zero.
Perante esse facto, no momento de pressão, Schmidt cedeu. Perdeu, concedeu e não conseguiu explicar nem assumir a derrota sob qualquer prisma. Resumindo, o resultado é um jogo, zero pontos, uma derrota, dois golos sofridos e zero golos marcados.
Sim, falta muito campeonato. Sim, há tempo para recuperar, mas ainda agora o campeonato começou e já se a fala em recuperação? Não é de esquecer que os campeonatos se ganham nos jogos pequenos e ontem foi um desses. A conversa do “é para a semana” já é conhecida. Não obstante, os benfiquistas lá estarão para encher a Catedral e apoiar como se nada fosse, noutro jogo contra um dos muitos pequenos, mas que vale os mesmos três pontos.
Uma coisa é certa: como benfiquista e amante de futebol, a Liga nacional precisa de clubes competitivos, fortes, capazes de internamente lutar entre si, mas acima de tudo preparados para lutar ao nível das competições europeias. De outro modo, tudo se resume apenas ao lado económico-financeiro e esse diz muito pouco aos sócios de coração, como eu.
Afinal de contas, para nós, ser do Benfica, “(…) é ter na Alma a Chama imensa (…)”, ver o Benfica é um momento de alegria e de festa. Não de trata de ativos, trata-se de pura paixão. Por isso se ambiciona mais, se pretende alcançar o 40º e não mais do mesmo."
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