"Peço ao leitor que me acompanhe no seguinte programa de atividades: esperar duas horas no trânsito e outras duas para encontrar um espaço para estacionar o carro; inalar pó da mata como se estivesse abraçado a um carro de rali a sacar piões; ser esmagado, qual sardinha enlatada, no meio de centenas de indivíduos a escorrer suor e a cheirar a fumarada de churrascos; estar aflito para ir à casa de banho e ter disponíveis apenas meia dúzia de sanitas unissexo, onde, digamos, até o Shrek teria dificuldade em entrar. Que lhe parece? Em condições normais, creio que estamos de acordo em recusar esta proposta lúdica sem pensar duas vezes. No entanto, se a este conjunto de atrações acrescentarmos uma presença do Benfica no Estádio do Jamor, creio que estamos de acordo na imediata necessidade de desmarcar tudo o que esteja na agenda a atrapalhar a nossa presença no evento.
Tenho saudades de ir à festa da Taça. Já lá vão quase sete anos, desde Maio de 2017, quando vencemos o Vitória SC (2-1), depois de sermos brindados ao longo de duas horas com uma valente chuvada. Valeu bem a penas a constipação que se seguiu, tendo em conta que a tarde terminou com o Luisão a receber o troféu das mãos do presidente da República, antes de a erguer bem alto.
Vivemos numa sociedade apressada, onde se procura que tudo esteja pronto para ontem. É tempo de refletirmos e pensarmos naquilo que é verdadeiramente urgente: o regresso do Benfica a uma final no Estádio do Jamor. Isto, sim, tem pressa. Daqui a meio ano, espero estar lá o comer o tradicional porco no espeto, temperado com vinho verde, alho e pó da mata. A melhor forma de garantir que isso acontece é ganhar amanhã ao Famalicão. Rumo ao Jamor!"
Pedro Soares, in O Benfica
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