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quarta-feira, 29 de novembro de 2023

"Em Portugal não há outras equipas como esta"


"Em 1972, os Juvenis do Benfica foram em digressão e prenderam as atenções do Andebol da Europa.

A época de 1971/72 deu aos juvenis encarnados de andebol os títulos de campeões regionais e nacionais. A sua superioridade era notória, e já se adivinhavam os estragos que a equipa 'faria dentro de uns anos, nos seniores, desde que se mantivessem unidos'. Foi nesta circunstância que, no Pavilhão da Luz, se disputou o Torneio Internacional de Páscoa, que contou com os alemães do Neunkirchen. A sua derrota frente aos da casa, por 28-23, fez admirar o treinador alemão, que logo convidou os benfiquistas a irem jogar à Alemanha.
Com uma caravana composta pelos juvenis e alguns iniciados, 'pescados' para adensar as equipas, partiram de Lisboa em 8 de Setembro para Madrid. Entre eles ia João Gonçalves, que viria a ser uma das maiores referências do andebol português, e o treinador Ângelo Pintado. A primeira paragem foi forçada, em Salamanca, aonde chegaram de madrugada, sem hotel marcado, por terem ficado retidos no fronteira devido a um documento que não aparecia. Já no Luxemburgo, onde iam disputar o primeiro jogo frente ao Standard, foram surpreendidos por irem jogar com o Dudelange (E 12-12).
A segunda etapa do percurso, em França punha o Benfica frente ao L'Association de Metz (V 28-11), nessa cidade. A prestação foi impressionante, o que levou os anfitriões a convidá-los a participar num torneio de última hora. Seria conquistado pelo Benfica.
Finalmente, chegarem a Neunkrichen. Aqui estavam previstos dois torneios, distribuídos pelo fim de semana de 16 e 17 de Setembro, com jogos-relâmpago de meia-hora. Ainda em recuperação da viagem e do torneio de Metz, os encarnados não chegaram à fase final por um golo, no primeiro torneio.
No domingo, a equipa de Ângelo Pintado argumentou em campo a injustiça da sua eliminação da véspera, com uma grande exibição e categoria. Ao conquistar o torneio frente ao Hamburgo (V 28-18), deixou a todos uma boa impressão pela técnica aliada ao índice físico raro, a vontade e o gosto pela modalidade, que o público e a crítica internacional sublinharam e aplaudiram.
Em 19 jogos, os juvenis somaram 13 vitórias, cedendo 3 empates e 3 derrotas. Além disso, Esteves foi o melhor guarda-redes nos torneios em Neunkirchen, o que evidencia bem o balanço positivo de 285 golos marcados contra 193 sofridos. A digressão foi vista como 'frutos de um trabalho e profundidade' e um 'prémio para uma equipa que se calibrou como um baluarte do andebol nacional'.
Conheça outras histórias do andebol benfiquista na área 3 - Orgulho Eclético, do Museu Benfica - Cosme Damião."

Pedro S. Amorim, in O Benfica

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