"Um clube não é um feudo de alguns, por muito que tenham feito por esse clube. Qualquer instituição que recebe dinheiro público ou apoios estatais deveria ter limitação de mandatos na sua presidência.
Um clube não é uma monarquia em que a sucessão só existe à morte do Rei e conhece-se o sucessor.
As pessoas não têm todas que pensar da mesma maneira. Há quem pense que Pinto da Costa deve continuar, mas também, há quem pense que está na altura de dar lugar a outras pessoas, mais jovens com outras ideias.
Nisso não vem mal nenhum ao Mundo.
A democracia é, na sua definição mais minimalista, um sistema que permite, neste caso, a mudança na direcção do clube e seja substituído por outra sem crispação ou desacatos.
Ou de outra forma menos dramática: a democracia baseia-se na ideia de que os perdedores de eleições consentem livremente em ser substituídos pelos vencedores. Nesta perspectiva, qualquer candidato a presidente do FC Porto derivado das urnas deve ser considerado legítimo por todos os sócios, incluindo aqueles que ficam altamente descontentes com o resultado eleitoral.
Porém, quem está no poder não aceita perder o poder e não consente que pode haver uma mudança. É impossível, deste modo, a democracia sobreviver com este tipo de pensamento. É preocupante ver que alguns sócios têm cada vez mais dificuldade em aceitar que Pinto da Costa pode deixar de ser presidente do FC Porto em próximas eleições.
Pairou nesta AG (Assembleia Geral) a presença de André Villas-Boas. O que aconteceu na Assembleia Geral Extraordinária do FC Porto é lamentável! Desde a escolha do local, somente para 400 pessoas no auditório do Dragão, tendo em conta o interesse manifestado dos sócios pela alteração dos estatutos.
Deveria estar previsto o plano B, em caso, de uma grande afluência de sócios. A passagem para o pavilhão Dragão Arena com capacidade para 4.000 pessoas deveria ter sido a escolha inicial. Por este andar, a próxima AG deve ser feita no estádio do Dragão, para todos os sócios que pretendam estar presentes, o façam ordeiramente e sossegadamente.
O arremesso de garrafas, insultos e pancadaria levaram a que muitos sócios abandonassem o local da AG. Esta polarização levou à deterioração do ambiente.
Nesta atmosfera tensa alguns sócios deixaram de tolerar aqueles que pensam de forma diferente, são vistos como uma ameaça para o establishment do FC Porto.
Silenciar, impedir, intimidar, escorraçar sócios do FC Porto só porque têm opiniões diferentes é muito grave. O FC Porto é um clube com pergaminhos e internacionalmente relevante.
O que está em causa é o resultado final desta AG que não acabou. Este tipo de situações para anular o adversário, passa a ideia, que no FC Porto não há democracia nem tolerância, onde cabem apenas alguns sócios.
O FC Porto não está a seguir o melhor rumo. Estamos no séc. XXI e o clube é dos sócios todos, e não de alguns. Todos têm direito a opinar e votar.
Estes incidentes e o descontentamento só vêm beneficiar quem pugna pelo pluralismo, debate de ideias e respeito pelos sócios.
O desprezo pelo pluralismo no FC Porto é lamentável! É urgente que os sócios todos possam debater em total liberdade e sem coacção a vida do FC Porto e o seu futuro.
Com estes censuráveis acontecimentos, o feitiço pode virar-se contra o feiticeiro. O candidato André Villas-Boas passa a ter mais chances."
É tão romântica e naive esta ideia de que os clubes pertencem aos sócios em pleno sec. XXI..... Que até mete nojo
ResponderEliminarSe fosse noutro pais da Europa ha muito que o FCP ja tinha ido jogar para os distritais e mesmo a SAD dissolvida e acabada, se nao basta ir ver o que aconteceu com clubes como o Bordeus e outros ingleses que tais, onde o passivo negativo nao chegou nem perto dos 10 por cento do que tem FCP ou SCP.
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