"E Pluribus Unum, a divisa do Glorioso
“Valores mais altos se levantam e o valor mais alto que se levanta em termos futebolísticos chama-se SL Benfica”. Esta célebre frase proferida por Mário Wilson está sempre presente na memória dos benfiquistas e a verdade é que, no passado domingo, passou a fazer ainda mais sentido.
No encontro frente ao Vitória SC viveu-se um dos melhores e mais emocionantes momentos no Estádio da Luz. Aliás, pode ter sido um momento arrebatador vivido na “catedral”, mas também se pode dizer que foi um acontecimento marcante para o futebol português. Um acontecimento que só prova a grandeza do SL Benfica.
Em plena guerra europeia, entre a Rússia e a Ucrânia, têm-se vivido períodos de enorme dor e aflição, que não são indiferentes a ninguém. Roman Yaremchuk, jogador dos encarnados desde julho do ano passado, é natural de Lviv, uma cidade situada no oeste da Ucrânia, e é o único ucraniano a jogar na Primeira Liga.
Com todo este panorama de guerrilha, a cabeça e o coração de Yaremchuk estão divididos entre a profissão e o que está a acontecer no seu país. Apesar disso, o ponta de lança não quis deixar de treinar nem de jogar. Talvez o melhor seja manter a cabeça ocupada, ainda que possa ser algo quase impossível.
No entanto, importa referir, antes de mais, que o clube encarnado se disponibilizou prontamente a ajudar o ucraniano caso ele necessitasse.
Para além deste gesto, surgiu outro ainda maior. Um gesto que correu e que ainda corre o mundo. Em pleno estádio, no início do encontro em que os minhotos sairiam derrotados por 3-0, foram inúmeros os cartazes de apoio à Ucrânia e a Yaremchuk envergados pelos adeptos, mas o melhor estava para chegar.
Decorria o minuto 61, quando Darwin foi substituído por Yaremchuk, sendo esta uma das substituições mais emocionantes do futebol português. Assim que o uruguaio colocou o pé fora das quatro linhas, eis que Vertonghen, capitão dos encarnados no início dessa partida, corre até à linha para entregar a braçadeira ao ucraniano.
Seguiu-se um abraço sentido entre os dois e, quando o ponta de lança começa a correr para dentro de campo, depara-se com um estádio, com 40 mil adeptos, todo em pé a ovacioná-lo. Este momento não foi indiferente a ninguém e muito menos ao jogador que não conseguiu conter as lágrimas. Lágrimas estas que representam todo o povo ucraniano, uma vez que esta homenagem da Luz foi dirigida para a sua terra Natal.
Em momentos como este não há clubismos! Não pode haver. No entanto, tudo isto representou a grandeza de um clube – o SL Benfica. E o mundo que o diga. Sim, as imagens correram o mundo e a imprensa internacional, desde a América do Sul até à Austrália.
Ninguém ficou indiferente a este valor que mais alto se levantou. Mais tarde, o clube publicou um vídeo relativo a Yaremchuk e o jogador veio publicamente agradecer a todos os benfiquistas. A verdade é que não foi o único. Foram muitos os ucranianos que seguiram o agradecimento, inclusive clubes, como o Shakhtar Donetsk.
Este foi apenas mais um exemplo que provou que o futebol não são apenas 11 jogadores que correm atrás de uma bola. O futebol é muito mais e pode ter um impacto enorme noutros fatores. Nesse aspeto, o SL Benfica é um clube muito presente, habituado a grandes gestos, como por exemplo, aqueles que a Fundação Benfica tem.
E como não podia deixar de ser, os adeptos também contribuem para que isso continue a acontecer. Este momento emotivo foi apenas mais uma prova de que os benfiquistas são os melhores adeptos e não só. Foi mais uma prova de que Portugal está com a Ucrânia nesta guerra.
Este gesto do povo português, um povo habituado a grandes lutas, foi uma força extra para outro povo que trava agora uma das maiores batalhas de sempre. E Pluribus Unum, Ucrânia!"
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