"Não se fazem 25 jogos na selecção brasileira por acaso. E quando Everton Cebolinha chegou ao Benfica, a expectativa alicerçava-se no facto de se tratar de um dos melhores jogadores do 'Brasileirão', com conhecimentos de causa do mister Jorge Jesus.
A verdade é que, pesem embora os oito golos e as dez assistências da temporada passada, Everton tardou a demonstrar as credenciais que trazia.
Diga-se que durante a época-covid ninguém brilhou no Benfica, pelo que o enquadramento colectivo não foi o ideal para quem chegava de um futebol tão marcadamente diferente do europeu. Há jogadores que se ambientam de forma mais rápida, outros sentem maiores dificuldades de integração. Aquele contexto - quase sem pré-temporada, com calendário intensivo, com pandemia e sem público nos estádios - nada ajudou o brasileiro, que, ainda assim, mostrou intermitências de qualidade.
Depois de uma reentrada em que se percebeu a firme vontade do jogador em melhorar, chegou o seu momento. A partida com o SC Braga mostrou, enfim, o verdadeiro Everton. Um jogador capaz de encantar a plateia, de criar lances de perigo, de assistir e de marcar, e ainda de alguns momentos defensivos bastante interessantes.
Fez um bis, de golos e de assistências. Saiu sob intensa ovação, com o Estádio da Luz de pé, e os adeptos a cantar o seu nome.
Tenho a certeza de que este foi o primeiro de muitos momentos de classe do craque brasileiro. Foi também uma lição para todos aqueles que atiram precocemente jogadores para a fogueira, não percebendo que, tantas vezes, do que eles carecem é justamente de apoio e confiança em seu redor."
Luís Fialho, in O Benfica
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