"O conceito de “soft power” foi inventado nos EUA e foi colocado em prática antes da conceptualização teórica de Joseph Nye, no início dos anos 1990. Neste sentido, não é estranho que este país se tenha dotado de uma diplomacia desportiva. Um bom exemplo da diplomacia desportiva é o Qatar. Investiu na organização de competições internacionais no seu território, no desenvolvimento do desporto internamente (academias, centros desportivos, campeonatos profissionais, infraestruturas), na sponsorização de múltiplas competições ou entidades desportivas, na compra de direitos televisivos de competições estrangeiras, etc. A diplomacia desportiva é concebida, conceptualizada, animada e dirigida pelo poder central e a família reinante. Os investimentos desportivos respondem a interesses racionais a longo prazo: necessidade de diversificação económica, modernização do país, mas igualmente político, ou seja, procura de reconhecimento internacional, a fim de consolidar o lugar do país no tabuleiro de xadrez mundial.
Os meios de comunicação social e a globalização fizeram do desporto um elemento poderoso. A televisão criou um estádio, cujas capacidades de acolhimento são ilimitadas. Num mundo onde a informação é cada vez mais expandida, a proeza desportiva tornou-se a forma mais eficaz para suscitar popularidade e atractividade. As vitórias desportivas são uma forma de continuar a guerra por outros meios. Nem todas as práticas desportivas servem para o espectáculo. O futebol moderno, criado em Inglaterra no século XIX, tornou-se um desporto universal que conquistou o mundo. O desporto não pode viver e se desenvolver sem dinheiro e sem mediatização. Na realidade, a televisão (mas não só) impõe novas hierarquias, tanto ao nível da disciplina praticada, como dos atletas."
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