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sábado, 24 de agosto de 2019

Inútil inventar favoritismo

"Uma vitória do Benfica era muito boa, para o Sporting mudava a crise de latitude e daria paz para um emblema em depressão

O Benfica venceu no Jamor o Belenenses num jogo tradicionalmente difícil, com uma arbitragem tradicionalmente adversa e um relvado tradicionalmente impraticável. A escorregadela do Rúben não foi suficiente para o Benfica escorregar e a troca de pés do Nuno Tavares não trocou as voltas ao destino de vitória.
Foi uma vitória importante, muito justa dum Benfica que ainda vai melhorar para ficar mais perto das ambições de Bruno Lage. Gostei bastante do jogo contra o Belenenses porque senti o Benfica muito comprometido com a vitória, muito focado no objectivo onde nem os penáltis por marcar e os golos mal anulados desviaram a equipa da rota.
Mais uma bela resposta com a entrada de Chiquinho, hoje não restam dúvidas nos adeptos sobre o acerto e utilidade desta contratação. Ficam os avisos de um campeonato com um início atípico, onde qualquer conclusão arrisca-se a ser precipitada. No nosso futebol, longo prazo tem três dias.
O Benfica - Porto de amanhã não decide nada mas marcará o ambiente futebolístico do próximo mês. Uma vitória do Benfica era muito boa, para o Sporting mudava a crise de latitude e daria paz para um emblema em depressão.
Uma vitória do Porto enchia os Aliados e ninguém notava se houvesse desconto de receitas futuras. Para os adeptos o futebol é momento, para dirigentes competentes tem que ser mais qualquer coisa.
Os adeptos só olham para os números da tabela classificativa, aos dirigentes exige-se que vejam outros números, aqueles que asseguram a continuidade dos emblemas. Um clássico é sempre um jogo de tripla, qualquer resultado é possível e é tarefa inútil inventar favoritismo ou vantagens. Neste momento a única realidade palpável e de relevo são os três pontos a mais na tabela classificativa.
Impossível parece ser a tarefa de Frederico Varandas. Os adeptos pedem-lhe para segurar Bruno Fernandes, mesmo vendendo outros jogadores menos determinantes mas na primeira tentativa do presidente de cumprir este objectivo caem-lhe em cima sem misericórdia.
Nem era suposto ser eu a defender o presidente leonino, mas reconheço que assim é impossível governar uma casa que não aceita governo. Agora é que eu percebo aquela idade antiga que «o Sporting é um clube diferente»."

Sílvio Cervan, in A Bola

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