"O Sporting venceu a Taça da Liga e também pode vir a ganhar a Taça de Portugal. Mas, sagrar-se campeão nacional, são contas de outro rosário. Em provas curtas, alguns bons argumentos e a conjugação astral certa no momento certo podem ser suficientes para erguer o caneco. Porém, numa prova de regularidade, quem não tiver o estofo de um corredor de fundo deverá moderar os sonhos. E ao Sporting, que iniciou a época com uma Comissão Administrativa ao leme e em pleno trauma de Alcochete, seria pedir de mais que tivesse condições para lutar pelo título nacional. A dez pontos do líder FC Porto, quando faltam 15 jogos para o fim do campeonato, quaisquer esperanças leoninas serão meramente académicas. Todavia, o mesmo não é aplicável à luta pelo segundo lugar, um objectivo não só possível como altamente lucrativo para a equipa de Marcel Keizer. Porém, para que o projecto-Champions do Sporting tenha pernas para andar, torna-se imperioso derrotar o Benfica, que está cinco pontos acima, no dérbi de domingo. Mas será a necessidade do Sporting superior à do Benfica, que quer manter o FC Porto, de que dista cinco pontos, sob pressão?
Como se percebe facilmente, estão reunidas condições para um dérbi decisivo. Ensina a uma história que começou a 1 de Dezembro de 1907, em Carcavelos, que não valerá muito a pena conjecturar sobre favoritismos. O que se afigura relevante é desejar que uma mangueirada de bom senso extinga à nascença os focos de incêndio que vão sendo ateados. Porque, se fosse essa a fórmula para ganhar campeonatos, Bruno de Carvalho, estaria hoje sentado em Alvalade a celebrar o penta..."
José Manuel Delgado, in A Bola
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