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sábado, 6 de outubro de 2018

Sem batotice

"O facto de o FC Porto não estar no seu esplendor não costuma ser problema para a equipa que beneficia de outros suplementos

A vitória na Grécia deu três pontos, deu dinheiro mas não deu inteira satisfação aos adeptos. Nos Benfica, a exigência é máxima. Mas vamos começar pelo início. O jogo europeu foi lançado mediaticamente em bases vergonhosas. A notícia sistemática era de que o Benfica vinha de oito derrotas seguidas na competição, manipulando a verdade e obrigando Rui Vitória a explicar, com uma paciência assinalável, o que não tinha que explicar e a quem não devia explicações.
Esta época começou com quatro excelentes resultados europeus, com uma qualificação milionária como nunca houve no nosso futebol, mas nos media, onde a prostituição intelectual baixou no andrajoso, só se contabiliza as derrotas. Rui Vitória tem tanto para melhorar na equipa que não devia responder a destabilizações.
Vencemos na Grécia estragando os guiões já escritos, que ficaram assim todos mais ridículos e deslocados da realidade. A vitória não esconde uma exibição que nos colocou em perigos desnecessários. Vencer na Grécia era obrigatório e o empate do Ajax complicou ainda mais as contas do Benfica. Da Grécia houve um(a) enorme Odisseias. Defendeu o impossível e tornou possível a vitória que chegou na hora prevista de Alfa.
Domingo contra o FC Porto temos um jogo de tripla. O facto de o FC Porto não estar no seu esplendor não costuma ser problema para a equipa que beneficia de outros suplementos. Aguardemos por nomeações sérias, para perceber se queremos um campeonato leal ou uma vigarice combinada (ajuda para quem decide ver as estatísticas e exibições dos últimos anos e não escolher quem se engana sempre no mesmo sentido). Só um Benfica de topo, equilibrado a defender e capaz de velocidade e eficácia no ataque poderá vencer no domingo. Não é possível ignorar que os problemas no eixo defensivo são um entrave e por isso defender talvez seja a pior das soluções. Jardel e Fejsa são os jogadores mais difíceis (impossíveis) de substituir neste Benfica e não ter o central é complicado, mas tem de voltar o Benfica que já se mostrou este ano - desta vez durante 90 minutos e sem intermitências. No respeito pelo valor do adversário, temos de provar dentro de campo ser muito melhores e escrever o futuro em linhas correctas."

Sílvio Cervan, in A Bola

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