"No nosso nome vem uma cidade e um bairro, mas nada poderia ser mais enganador. O Sport Lisboa e Benfica há muito que deixou essas fronteiras e já nem se consegue imaginar este emblema sem o mundo em seu redor. Aquilo que sempre foi uma vantagem em relação aos outros - os regionais ou de nicho - é hoje um problema. O Benfica é demasiado grande. Não só para o país, mas também para os adeptos que tem. Enquanto uns se esforçam para sair do calor da noite e outros continuam a viver os tempos áureos dos seus avós, nós temos de nos preocupar com o presente e com o futuro. E não é fácil. No mais democrático dos clubes portugueses, todos têm voz. Até os que nada percebem de desporto e de gestão, de comunicação ou de justiça. Fôssemos nós um clube feito de provincianos ou de lambe-botas e as coisas seriam, com certeza, mais tranquilas.
Mas felizmente não somos. Somos um clube de gente com opinião. De povo que gostar de deitar cá para fora tudo o que sente. De adeptos que não vêem qualquer mal em dizer mal do seu treinador numa semana e de o colocar num pedestal no minuto a seguir a uma vitória. Somos feitos de homens e mulheres que não colocam outra hipótese que não seja vencer. Não interessam pormenores como a qualidade dos adversários, orçamentos fantasiosos, arbitragens maliciosas, erros infantis de jogadores a favor dos rivais, nomeações de laboratório, jogos da mala ou lenocínio.
Em caso de dúvida, a culpa é sempre do Benfica.
Mesmo para os benfiquistas - alguns benfiquistas - o mal está sempre cá dentro. E enquanto pensarmos assim, estamos a alimentar a fogueira de quem nos quer ver pequenos. Temos pena, mas somos grandes.
Demasiado grandes."
Ricardo Santos, in O Benfica
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