"O VAR representa a possibilidade de diminuir substancialmente o número de erros de arbitragem no futebol. Munidos de meios tecnológicos, os árbitros deixam de padecer dos males da decisão instantânea e ficam habilitados a não falhar nas questões meramente factuais, nomeadamente na validação de golos, no local exacto onde foi cometida uma infracção ou na aferição da posição dos jogadores para fins de aplicação da lei do fira de jogo. Nesta altura, mais de um ano depois do corajoso arranque rumo ao futuro, patrocinado pela FPF, há coisas que não são entendíveis, muito menos explicáveis, aos olhos do adepto que conhece as leis e quer acreditar no que vê dentro das quatro linhas. Por isso, novamente o Conselho de Arbitragem deve vir a terreiro dar satisfações sobre o que aconteceu no Estádio do Dragão no primeiro golo do FC Porto contra o Feirense. Para benefício da discussão, esqueça-se quem estava frente a frente e foquemo-nos apenas no lance. Como foi possível o VAR insistir na reversão de uma decisão certa, e, a seguir, o árbitro, que tem a última palavra, voltar atrás depois do visionamento das imagens? Estamos perante uma situação muito grave, que põe em xeque a qualidade técnica do VAR (e que ninguém queira convencer-me que um mau árbitro, que percebe e interpreta mal o jogo, pode dar um bom VAR...) e a personalidade (para dizer o mínimo) do árbitro, e lança dúvidas sobre a pertinência do sistema implantado. Sejamos absolutamente claros: a tecnologia funciona, e o método é comprovadamente eficaz. Porém, se não cuidarmos, enfrentando o problema sem tibiezas, da qualidade técnica da componente humana, estaremos condenados ao fracasso."
José Manuel Delgado, in A Bola
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