Últimas indefectivações

domingo, 29 de abril de 2018

E depois do adeus

"Fica a memória do sonho. Fica a emoção sentida. Fica o sonho de uma conquista. Que seria única. E que, acredito, haverá de ser alcançada.

1. O título leva-nos a uma canção emblemática. O título, dias depois da festa de Abril livre, leva-nos a memórias, emoções e sonhos. Vividos e sentidos. Com a derrota de ontem e a vitória do Sporting em Portimão, acredito que a luta pelo acesso à Liga dos Campeões vai ser tão disputada quanto renhida. Mas o que aqui conta é que, salvo milagres impossíveis, o Benfica perdeu ontem tudo. Perdeu o jogo face a um Tondela sagaz e eficiente. Parabéns Tondela! Perdeu Rui Vitória frente a Pepa. Que mostrou que tem futuro. E merece ter! Perdeu Luisão face a Ricardo Costa. Cláudio Ramos defendeu muito. E bem. O Benfica ficou intranquilo com o empate e ainda mais com o segundo golo antes do intervalo. O certo é que nos dois últimos jogos na Luz o Benfica perdeu tudo. Foram duas derrotas consecutivas neste bonito Estádio da Luz. Frente ao Futebol Clube do Porto e frente a este ousado Tondela. No arranque de Abril sonhava com o penta. Neste final de Abril tem de ser agarrar, com denodo, à luta difícil pelo segundo lugar desta Liga. Ontem o Benfica mostrou que sem Jonas vale menos. E sem Jardel e Fejsa o colectivo é mais débil. E que algumas substituições, vistas da bancada, não foram conseguidas e que houve jogadores que deveriam ter ficado no relvado. O Benfica perdeu tudo. Dolorosamente. Nos momentos derradeiros. Naqueles que não era possível perder. A desilusão é imensa. a dor intensa. E logo na época em que o penta era o sonho legítimo. Fica a memória do sonho. Fica a emoção sentida. Fica o sonho de uma conquista. Que seria única. E que, acredito, haverá de ser alcançada. Já que o sonho comanda a vida. A nossa vida.


2. (..)


3. Há semanas adquiri um livro que li de um fôlego. É uma autobiografia de Puskas. 'Puskas sobre Puskas'. É um livro delicioso que resulta de um conjunto de entrevistas gravadas em que esse grande jogador da história do futebol - como Di Stéfano e Maradona, Pelé e Eusébio cujo próximo filme, 'Ruth', terei que ver agora que chega aos écrans! - se abre ao historiador Rogan Taylor  e também a Klara Jamrich - e relata a sua vida como capitão da Hungria e a sua década gloriosa no Real Madrid. Este livro é um exemplo da história oral que também importa fazer em Portugal. Há jogadores vivos que merecem contar a sua história. António Simões e José Augusto. Toni e Vítor Manuel. António Oliveira e Manuel José. Shéu e Rodolfo. Hilário e Humberto Coelho. Entre tantos outros. E já com Carla Couto e Edite Fernandes a entrarem nessa imensa lista do registo da história viva do futebol português. Acredito que o Museu do Desporto poderia assumir esta alma vida. Do futebol e também do desporto português. Que tem homens e mulheres que merecem largos minutos de história oral!"

Fernando Seara, in A Bola

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