"Os clubes de futebol, cada vez, têm mais gastos com os salários dos jogadores, assim como, na sua contratação.
Por exemplo, no Manchester United, o clube mais rico do mundo, os seus dirigentes estão preocupados com os direitos televisivos. Esta enorme fonte de receita que é os direitos televisivos, em 2019/2022, vai baixar o seu valor. Os clubes vão passar a ter enormes problemas. Por um lado, aumenta as despesas com jogadores, mas por outro lado, diminui as receitas. Tem que haver aqui alguma mudança de paradigma na gestão dos clubes.
O efeito Neymar estilhaçou o mercado de jogadores ao nível de transferências e salários, e também, os petrodólares do Golfo Pérsico inflacionaram o mercado.
A Premier League a partir de 2019, cada jogo vai render 9,2 milhões de euros, todavia, até agora, as televisões pagavam 11,5 milhões de euros. Numa temporada é muito dinheiro que não entra nos cofres dos clubes.
Há menos expectativa de negócio e perdas dos clubes. A borbulha salarial começa a ter efeitos não só nas aquisições, mas também em quem já está no clube. No Manchester United há um descontentamento crescente no balneário, pelo salário de Alexis, na ordem dos 25 milhões de euros. O primeiro a dar sinais de insatisfação foi Ibrahimovic, apesar de não ter jogado muito esta época pela sua lesão, tinha um estatuto com um salário a época passada a rondar os 18 milhões de euros.
A Vodafone em Espanha prefere perder os clientes que apreciam futebol do que pagar para ter futebol. No pior dos cenários a Vodafone perderá 192 milhões de euros, quando os custos para emitir futebol custar-lhe-iam 200 milhões.
Em Portugal, pagamos bastante para ter futebol em casa via SportTV. E, apercebo-me que cada vez há mais gente a ir ao café ver os jogos para não gastar dinheiro ou a fazer falcatruas.
O mercado tem que reflectir que está a esticar demais a corda e ela pode partir.
Os clubes têm que mudar de agulha e investir mais em jovens jogadores, porém os resultados podem não vir no imediato. Mas mais vale ter um clube com as contas equilibradas e ter resultados desportivos assim-assim, do que ter um clube falido.
Em Portugal o Porto se for campeão é um exemplo de serviços mínimos e gastos controlados. Em Espanha o Real Madrid tem feito poucas contratações, mas tem um bolo de salários mensais brutais. Para reforçar a equipa vai ter que vender.
Enquanto este ambiente de incerteza no futuro dos clubes, aguardo o regresso de Ibrahimovic no Manchester United e o jogo PSG-Real Madrid: Ronaldo parece ressuscitado."
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