"Frederico Morais (actualmente, o mais bem posicionado atleta no ranking mundial), Joana Schenker (acabada de se sagrar campeã mundial de bodyboard), Teresa Bonvalot, Miguel Blanco, Vasco Ribeiro, Camila Kemp (entre tantas, tantos outros talentos confirmados e promessas futuras), têm elevado a qualidade dos atletas portugueses em contexto nacional e mundial.
De facto, 2017 está a ser um ano onde novos "embaixadores" do talento português têm ganho uma nova e maior visibilidade.
Por certo que, esta nova geração de atletas não surge por obra do "mero acaso" nem por um fenómeno de "geração espontânea".
O Surf, em Portugal, tem-se afirmado nos últimos anos como uma modalidade em franca progressão, seja em termos da qualidade dos seus atletas/treinadores, das ferramentas de especialização disponíveis para estes últimos (como é o caso, a título de exemplo, da pós-graduação em High Performance Surf Coach, da FMH) ou, inclusive, dos modelos de treino cada vez mais multidisciplinares, integrando preparadores físicos, nutricionistas, fisioterapeutas e psicólogos, no corpo de especialistas que suportam algumas escolas.
Por esta razão, e até do ponto de vista económico, tem-se revelado uma "apetecível" fonte de aposta para algumas empresas que, cada vez mais, procuram associar-se a atletas e eventos, valendo, o negócio do surf, em todas as suas vertentes, mais de 400 milhões de euros em Portugal.
À semelhança de outras modalidades, e da Formação à Alta Competição, muitos talentos se perdem ou não se afirmam, de forma consolidada.
De facto, quando se começa a "avistar a alta competição", muito em particular numa modalidade individual, o principal adversário começa a ser... a sua PRÓPRIA CABEÇA (em boa verdade, o mesmo acontece na vida de cada um de nós!).
Actividades como o surf e o bodyboard, para além da exigência comum a todas as outras modalidades, no que compreende a mestria de competências técnico-tácticas (em contexto de treino e performance) e das competências psico-emocionais que irão suportar a exibição de uma performance de excelência, de forma consolidada, compreendem ainda uma componente de 'risk -taking', muitas vezes experenciada em situações percepcionadas como "quase-morte" (entenda-se "ameaços" de afogamento ou "face-to-face"... com tubarões).
Por esta razão, a partir de um dado n~ivel de performance, a diferenciação em termos de tabela classificativa, começa a manifestar-se em função dos traços de personalidade dos atletas, do seu talento e da sua capacidade em produzir uma espécie de "never ending" esforço de superação (que se encontra bem espelhado na entrevista a Frederico Morais . http://tribunaexpresso.pt/surf/2017-10-05-O-bom-rapaz-).
Na realidade, a busca incessante de optimização de todas as variáveis que possam estar associadas ao sucesso desportivo (desde o lifestyle, à nutrição ou ao treino de competências psicológicas), acaba por ser um denominador comum a todos os Top Performers, independentemente da sua área de actuação (desporto, empresas ou artes).
Para o "comum dos mortais", possivelmente, este cenário faz antecipar uma Vida recheada de stress e um "overload" de responsabilidades mas, na realidade, este tipo de performers desenvolve uma relação de desafio com a actividade escolhida, referindo, muitos deles, que a constante superação se traduz, frequentemente numa espécie de "adição positiva" (com uma boa dose de adrenalina e reforço constante da confiança, associados).
Kelly Slater, neste enquadramento, espelha actualmente um ideal de longevidade e sucesso, associado a 42 anos de vida e 11 títulos mundiais, transformando-o, por certo, numa inspiração para muitos atletas.
Curiosamente, e como o próprio reconhece, ele conseguiu um sucesso sem igual devido à sua forte estratégia e resistência mental.
Reconhecido pelos seus oponentes como um concorrente feroz (que não se inibe de tentar manipular, durante o heat, o equilíbrio psicológico dos seus adversários), este atleta usa seu talento (surf) como pré-requisito para o sucesso, mas confia na sua capacidade estratégica para se superar e superar os seus adversários a 200% - só isso lhe garante a possibilidade de ganhar a jovens extraordinariamente dotados, com metade da sua idade.
A performance de excelência que reflecte a imagem de marca deste atleta, curiosamente, mais não é do que um fortíssimo compromisso com a
modalidade que abraçou, que se tem traduzido, ao longo dos anos, numa procura de expertise em áreas tão distintas como o funcionamento do seu corpo e mente, o domínio sobre as condições climatéricas e de mar e, muito provavelmente, até num "profiling" que já possui dos seus adversários...
Enfim, numa busca incessante (e infindável) de mestria sob todas as variáveis que possam estar associadas ao Sucesso...
Este sim, será o verdadeiro "campeonato" em que os nossos atletas terão que competir: o do compromisso com uma busca incessante de excelência."
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