"Todos os anos, a mesma história. Alguns clubes vibram com a pré-época. Ganham tudo antes de a bola começar a rolar. Para outros, mesmo que venham de temporadas vencedoras, augura-se o pior após perderem alguns encontros particulares. As vozes do apocalipse apressam-se a dizer que, para essas equipas, nada vai restar além de uma época de insucesso e depressão.
Depois a bola começa a rolar. Em encontros a doer. E todos os prognósticos radicais acabam por estilhaçar com a fragilidade de um cálice de cristal. O Real Madrid não venceu um único jogo na pré-época. Pelo meio até foi goleado pelo Manchester City por 4-1. E o United esfregou as mãos. Até o jogo começar. Casemiro, Kroos, Modric e Isco fizeram dos médios do United o que quiseram no primeiro tempo. Craques como Pogba pareciam jogadores banais. Fellaini não parecia porque já o é. E se Bale faz o terceiro ainda na primeira parte, os merengues podiam ter ido logo para o intervalo com a Supertaça europeia no bolso. Tiveram de esperar pelo fim do jogo, sofreram ligeiramente após o golo de Lukaku, mas venceram porque foram melhores. Porque, ao dia de hoje, são melhores. A equipa que conquistou as últimas duas Champions e que marcou em todos os jogos da liga espanhola na última época. E vinha de uma má pré-temporada. Quase tão má como a do Bayern. Mas os bávaros, apesar de terem recorrido aos penáltis, também bateram o Dortmund na supertaça alemã.
Os jogos e os campeões de pré-época são como música de elevador. Dão para passar o tempo até chegarmos ao andar que queremos. Já entrámos nele. Começou agora. O futebol a sério. A hora dos campeões. O que fica para trás não fere os ouvidos mas também não enche a alma."
Luís Aguilar, in Record
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