"Depois de uma semana de declarações incendiárias, deseja-se o retorno do bom senso. O futebol joga-se dentro do campo, o resto é treta
O dia 5 de outubro de 2015 vai ficar no imaginário do futebol português como um dos mais lamentáveis de sempre. Por mais eficácia que o presidente do Sporting descortine na sua intervenção televisiva, a verdade é que a peixeirada a que o país assistiu teve entrada directa no top dos tesourinhos deprimentes do futebol português. Com danos irreversíveis para a credibilidade da presidência que Bruno de Carvalho está a levar a cabo.
Tenho consciência de que estar a pregar neste deserto de bom senso em que se transformou o futebol português pode ser perda de tempo. Mas, talvez não. Talvez, quando a poeira assentar e alguns protagonistas recuperarem a lucidez, estes reparos signifiquem que, pelo menos, nem todos se deixaram arrebatar pela demagogia fácil, pelo discurso virulento e pela ofensa gratuita. Porque, em nenhuma circunstância, o que tem acontecido pode ser o retrato da normalidade ou, na infeliz expressão de Pedro Proença, presidente da Liga de Clubes, um fait-divers.
Há, sabemos todos, um Benfica-Sporting daqui a alguns dias; e também é sabido que esta é uma época de especial sensibilidade nas relações entre os eternos rivais. Mas nada disso torna aceitável que se transformem, irresponsavelmente, adversários em inimigos; nem que se baixe o nível como se não houvesse responsabilidades para com a sociedade.
Os jogos ganham-se, essencialmente, dentro das quatro linhas e o clima que alguns procuram criar (esta não é a primeira vez, mas é das piores) só poderá provocar problemas sem reflexo no placard final. Pode afetar negativamente, injetando-lhes ainda mais estupidez, as franjas radicais dos clubes, vulneráveis aos pirómanos de serviço; pode, também, afastar dos estádios, aquelas que deveriam ser os principais alvos da indústria, as famílias; e pode, ainda, fazer com que os potenciais patrocinadores fujam do futebol como o diabo foge da cruz. Em troca de quê? De alguns momentos de glória, aplaudidos por indefectíveis e radicais? Tempo de antena? Espaço interno? Tudo isto é poucochinho, quando comparado com os danos que estão a ser causados.
Não sendo fácil, reconheço, sempre tenho tentado não pautar o meu raciocínio por um chavão muito em voga no futebol, que diz que tem razão quem ganha. Normalmente, ganha quem joga melhor, independentemente dos disparates que são ditos à volta da equipa. Por isso, é bom não confundir as coisas, não misturar a causa e o efeito. O tempo encarregar-se-á de colocar tudo isto em perspectiva. Entretanto, haja paciência...
ÁS
Telma Monteiro
Estamos perante uma das grandes figuras do desporto português do século XXI. Em Paris, onde conquistou o Grand Slam, a mais prestigiada etapa do circuito mundial, a judoca do Benfica mostrou que são legitimas as esperanças que nela se depositam, de olhos postos nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. Parabéns!
ÁS
Miguel Oliveira
A vitória na Austrália, a quarta da época do piloto de Almada, colocou-o no segundo lugar do Mundial e ainda com hipóteses matemáticas de sagrar-se campeão. Um registo notável, que justifica a passagem ao escalão superior, numa carreira mais do que promissora, alicerçada num talento inato que pode levá-lo ao cume da modalidade.
DUQUE
Pedro Proença
Com o futebol português, essencialmente por culpa do diferendo Sporting-Benfica, a ferro e fogo, o presidente da Liga de Clubes resolveu catalogar o que se passa entre os eternos rivais como um fait-divers. Uma declaração infeliz de Pedro Proença, longe das responsabilidades e da pedagogia que dele devia esperar-se. Lamentável.
Cruzeiro do Sul
Sulistas e elitistas, liberais não sei, as equipas do hemisfério austral tomara conta das meias-finais do Mundial de râguebi. A Nova Zelândia humilhou a França, a Argentina foi fantástica contra a Irlanda, a África do Sul ultrapassou, num jogo equilibrado, o País de Gales e a Austrália teve a sorte dos deuses para deixar fora da prova os extraordinários escoceses. Se a esta hegemonia somarmos a quantidade de jogadores neozelandeses, sul-africanos, australianos e argentinos que brilham nos campeonatos euripeus, não duvidamos: o Sul manda!
Querido Mourinho entra na conversa...
O Pais de Gales perdeu com a África do Sul nos quartos de final do Mundial de râguebi, mas nem por isso o Wales on Sunday deixou de louvar os jogadores galeses: «Obrigado. Vocês deram tudo». E ainda teve espaço para criticar o árbitro: «Barnes teve sorte de não ser Mourinho o treinador de Gales...»."
José Manuel Delgado, in A Bola
"Não aceitarás presentes, porque o presente cega aqueles que vêem e preverte as palavras dos justos" Ex 23,8
ResponderEliminarE este derby tirado do baú? Jardel tem umas declarações sobre o derby de 2001 que são capazes de dar comunicado...
ResponderEliminarhttp://borregodascartas.blogspot.pt/2015/10/sai-um-comunicado.html?m=1