"No domingo passado, com pouco mais de uma hora de jogo, Rui Vitória tirou Pizzi e Ola John e pôs a jogar Victor Andrade e Talisca. O SL Benfica estava empatado a zero, em casa, com uma equipa do Estoril que criava perigo e não dava uma bola como perdida; Nas bancadas da Catedral, 53 mil puxavam pelo Bicampeão Nacional.
Em sua casa, a ver pela BTV, um contestatário como tantos outros atacava tudo e todos: ou era o treinador que não tinha qualidade, a Direcção que não contratou como devia, explanava teorias sobre a pré-época que deu cabo da preparação física, pedia já a demissão do mister, exigia eleições imediatamente mesmo sem ter alternativa a apresentar e ordenava - o fim do aumento dos impostos. Meia hora depois, o crítico, dono de toda a verdade, já tinha saltado quatro vezes do maple da sala. No primeiro golo, gritou num estado de loucura tal que só parou quando percebeu que tinha sido marcado pelo Mitro-golo - aquela contratação que ele não aprovara. Nos dois golos de Jonas vibrou à moda da última época e já pedia "dá-me o 35, dá-me o 35". No último golo do SL Benfica, o contestatário gritava "nota artística, nota artística" pelo corredor fora. Sentou-se, esgotado, e percebeu que Nélson Semedo tinha sido o marcador. O antigo jogador da equipa B, chamado por Rui Vitória a titular, acabava de se estrear na Luz com uma exibição quase perfeita e um golo com nota artística. Até já tinha lágrimas nos olhos.
Este fim de semana, o contestatário vai estar no estádio de Aveiro a apoiar a equipa frente ao Arouca. Caiu-lhe a ficha. Percebeu que o mais importante é o Benfica. Gosta de ver o Glorioso no topo da tabela e assim quer continuar. Só ainda não resolveu o problema dos impostos, mas ficamos todos à espera de uma solução."
Ricardo Santos, in O Benfica
Muito bom
ResponderEliminarMuito bom
ResponderEliminarEste fim-de-semana vai haver muitos contestatários que vão jurar a pés juntos que sempre estiveram com a equipa e com a direcção.
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