"Benfica em intensidade defensiva baixa, mas Marítimo mostrou treinador arrojado.
1. Ambiente festivo
Ambiente festivo para consagração do campeão nacional e com uma primeira parte a revelar um Benfica com o pensamento em colorir este momento, mas desconcentrado e colocando pouco intensidade defensiva no seu jogo, contrastando esta apatia com a muita vontade da equipa em ver Jonas ser coroado o melhor marcador nacional, o que concorria para alguma precipitação em rapidamente chegar à baliza contrária.
2. Sem segredos
E foi sem segredos (aproveitando uma vez mais um lançamento de linha lateral) que o Benfica marcou um golo madrugador. Neste contexto, o jogo desenvolveu-se ao longo desta primeira parte numa toada alegre, com o Marítimo a jogar desinibido, subido no terreno, com Danilo e principalmente Marega a darem muito trabalho à defesa benfiquista utilizando prioritariamente o corredor esquerdo da defesa encarnada como caminho para chegar a baliza de um inspirado Júlio César.
3. Jogo aberto
Demorou o Marítimo a chegar ao golo (tantas foram as oportunidades desperdiçadas) que quando o fez, o jogo desenvolvia-se sem muitas amarras defensivas de parte a parte, aberto e solto, com a equipa visitante a acreditar que mais golos podia fazer, mas pecando ao se expor em demasia, perante uma equipa que mesmo com a ressaca da semana de festa, tem na frente unidades que ao lhe serem concedidos espaços, não imitavam Marega e companhia.
A segunda parte iniciou-se com as oportunidades a sucederem-se nas duas balizas e com o índice de aproveitamento a premiar um Benfica cada vez mais organizado e criterioso no seu jogo, concorrendo para este maior acerto a saída de um desinspirado Pizzi para a entrada de um Talisca cada vez mais próximo da forma que exibiu no início do campeonato. E quando o Benfica chega ao terceiro golo, o Marítimo encontrava-se meio perdido e partido no jogo, revelando lacunas no seu processo defensivo que iam sendo aproveitadas pelo Benfica e o seu jogo de massificação constante nos processos ofensivos.
4. Festa de Jonas
Apesar toda a vontade do Marítimo era o Benfica que definitivamente agarrava o jogo pelo colarinho vermelho para não mais permitir veleidades a um Marítimo que ia abrindo brechas nos caminhos que levavam a sua baliza, e a equipa de casa encontrando motivação no golo que Jonas precisava para bater Jackson Martínez, promovia um autêntico assalto à baliza de Wellington. Sobraram as oportunidades para que Jonas pudesse fazer a sua festa mas faltou-lhe a lucidez e tranquilidade. O Benfica acabou por fazer valer as suas individualidades quando o colectivo esteve em défice, e o Marítimo em preparação para o jogo do próximo domingo, na certa percebeu que sem as mesmas armas que o adversário, terá que ser muito mais eficaz nos seus mecanismos ofensivos, e providenciar que nos momentos em que jogar sem bola terá que não espartilhar a sua concentração defensiva sob o risco de ser penalizado, à imagem do jogo de hoje. Jogos diferentes sem dúvida mas ilações válidas a retirar pelo seu arrojado treinador."
Daúto Faquirá, in A Bola
PS: Coloquei aqui esta crónica do jogo da Luz, para demonstrar mais uma vez, como em Portugal se entende a obrigação de independência no jornalismo desportivo!!!
O Daúto nem sequer é jornalista, mas esta crónica é exemplar: é apresentada como uma visão isenta, mas basicamente faz o elogio ao Marítimo e ao seu treinador; tenta passar a ideia que o jogo foi equilibrado e que as oportunidades de golo aconteceram em igual número para os dois lados; e que o Benfica só ganhou porque foi mais eficaz...; e ainda foi a tempo de dar conselhos ao Marítimo para o jogo da próxima Sexta-feira em Coimbra!!!
Em relação ao Jonas, não estava à espera que fosse o Daúto a recordar os auto-golos que os Corruptos beneficiaram(2), mas que foram contabilizados como golos do Jackson (até agora, não li, nem ouvi, ninguém, mas mesmo ninguém, na (des)comunicação social desportiva a recordar este facto (nem o tal jogo em Penafiel... onde o Jackson também marcou em fora-de-jogo!!!), mas teria sido interessante uma 'pequena' referência ao tal golo mal anulado ao Jonas (o que a maioria dos jornaleiros, fez...). É verdade que o Jonas podia ter marcado, pelo menos mais 2 golos, com um pouco mais de calma, mas se isto fosse ao contrário (golo mal anulado ao Jackson, na última jornada, e Jonas com a Bota de Prata), não haveria coluna de opinião, neste País, e nos arredores, que não chorasse o facto...!!!
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