"Façamos uma pausa no incidente provocado por Lopetegui no final do clássico e entreguemo-nos à análise mais fria de um campeonato feito de muitos receios. Desde o arranque da época que se projectou esta Liga como essencial no percurso de Benfica e FC Porto. Para o clube da Luz, o título significa o dobrar da esquina que supostamente lhe pode abrir o caminho para a hegemonia do futebol português. O bicampeonato, algo inédito para o Benfica nos últimos 30 anos, cimentará o poder do clube e encerrará um longo capítulo pintado de azul e branco. Para o FC Porto, voltar a cortar à nascença um eventual ciclo virtuoso das águias não apenas simbolizaria um golpe duro nas ilusões dos rivais mas também renovaria a própria convicção interna de 'quem manda ainda somos nós'.
Nos pratos da balança havia que pesar também o menor investimento do Benfica face a um FC Porto que, ao contrário da época anterior, voltou em força ao mercado. Em aquisições e altos salários, abriu os cordões à bolsa. Jesus ficou com menos qualidade mas pela frente teve o 'novato' Lopetegui a liderar um conjunto de grandes jogadores sem identificação com o nosso futebol. Por tudo isto, Benfica e FC Porto partiram com um sentimento de enorme pavor à perda do qual resultou, na maior parte do tempo, em campanhas que em poucos momentos galvanizaram adeptos e conquistaram críticos.
O clássico de domingo foi o espelho desta marcação cerrada e, no caso de quem ficou mais longe do objectivo, foi também imagem da tensão acumulada. A verdade é que até ao fim, o campeonato vai jogar-se assim. A curta vantagem continuará a ser gerida com pinças. Ganhe quem ganhar, a liga ficará na história por todas as razões menos pelo deslumbrante futebol do campeão."
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