"Quem seguiu a transmissão do Benfica-FC Porto sabe bem duas coisas: que a equipa de arbitragem foi a melhor em campo e que o incidente entre Jesus e Lopetegui o mais excitante da tarde.
Há ali de tudo: humor nonsense - Jesus recebe o espanhol de braços abertos e a rir-se, como se esperasse que o adversário partilhasse a sua alegria; paralelismo bíblico - em vez dos beijos com que Judas entrega a Jesus (o verdadeiro) aos romanos, o espanhol abraça (o benfiquista) duas vezes - uma antes do jogo, outra no final - encenando afecto que na verdade é inexistente; drama - Jesus percebe que afinal não vive conto de fadas, e, macho, rechaça a ideia de um puñetazo do espanhol; apoteose - os dois são separados por uma multidão que tudo faz para evitar a briga.
Educação à parte, há duas questões que me saltam à vista. Antes de mais, Lopetegui deu ares de ser homem sem capacidade para treinar uma grande equipa. Não por saber pouco de futebol; nada disso, que ele sabe, mas porque foi fraco psicologicamente e quem é fraco está sempre mais perto de perder que de ganhar.
Se o espanhol não percebeu que Jesus troca os nomes a toda a gente (Ola John é, para ele, Alan Jonas) devido a alguma não diagnosticada dislexia, então não deu importância devida ao estudo do adversário. Se, percebendo ou não as limitações de comunicação do rival, deixou que estas o afectassem, então foi mais líder: colocou-se acima do grupo e centrou no seu pelos vistos enorme ego um jogo que poderia decidir a época.
Parece mais ou menos pacífico que com o plantel do FC Porto e com a evolução no modelo de jogo do dragão, o próximo ano tem tudo para ser de ouro. Assim saiba Lopetegui arrepiar caminho e resistir à ideia de esmurrar todos os que - até adeptos do seu clube - injustamente o baptizaram nas redes sociais como Flopetegui."
Nuno Perestrelo, in A Bola
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