"Esta semana tenho todos os motivos para que os meus pontapé-de-saída ponham de lado o imperial e dominador futebol. Mesmo em semana de Champions. Hoje e amanhã não escrevo sobre a hegemónica bola de futebol, mas sobre a minúscula bola de celulóide e 40mm de diâmetro com que se joga a modalidade (palavra já de si redutora) de ténis de mesa.
Portugal sagrou-se campeão europeu por equipas de ténis de mesa, derrotando na final a poderosa hexa-campeã Alemanha. Um feito que nem um optimista sonho previra, mesmo realizando-se o torneio em Lisboa.
Este notável título faz-me também recordar os meus tempos de jovem em que nos divertíamos alternando matraquilhos (então chamados apenas matrecos) com ténis de mesa (então apelidado, em jeito de onomatopeia, pingue-pongue). Até por isso a minha relação com este desporto faz parte da minha vida e memória. Num tempo em que a mesa do jogo era apenas verde e o nosso ídolo era Alberto Ló.
Este feito não foi objecto de abertura de telejornais ou de entusiásticas parangonas nos jornais. O costume quando se sai da órbita do futebol. Na segunda-feira, ao ler as primeiras páginas dos diários, constatei: dos cinco generalistas, só dois incluíram uma pequena notícia sobre os novos campeões. O jornal de maior circulação ignorou o assunto na primeira página (em que havia 11 manchetes!). Dos económicos, zero. E dos três desportivos, a inserção foi feita mas sempre em segundo plano, porque o salário de William Carvalho, mas balelas de José Mourinho e Olivier e Tello no próximo jogo eram assuntos inadiáveis e prioritários... (continua amanhã).
Bagão Félix, in A Bola
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