"Terminados os jogos, aí está de volta o esplendor do defeso. Milhões para cá, milhões para lá, tudo num frenesim onde se misturam compras e vendas, comissões, remissões e demissões, familiares, dirigentes e dirigíveis, novos-ricos e velhos pobres, plutocracia e meritocracia. Ah, já me ia esquecendo: e... jogadores.
Quantos milhões ficam algures entre o alfa e o ómega das compras e vendas? Quantas ilusões são oferecidas no mercado das expectativas? Quantos paraísos fiscais beneficiam do efeito multiplicador proporcionalmente inverso ao rigor, exactidão e transparência?
Tudo numa Europa a braços com uma recessão que anda pelos 1,1%. Onde o Banco Central Europeu futebolístico é dominado por uns ilustres e branqueadores desconhecidos que fazem renascer das cinzas clubes adormecidos. Com o beneplácito da UEFA e seus derivados, sempre a recordar os fair play dos jogos e das finanças!
Por esta Europa fora, encaram-se com a maior das normalidades os milhões de transacções e de salários de craques, ao mesmo tempo que minguam os rendimentos das famílias e se crítica asperamente o que pessoas com funções públicas ganham por ano e que não chega ao que alguns jogadores ganham em menos de uma semana.
Mesmo assim, entre os países importadores há uns mais iguais do que outros. A remediada Turquia virou paraíso de jogadores em pré-reforma. Na Espanha parece que não há desemprego. Na Inglaterra, se for preciso muda-se o câmbio da libra esterlina. Em França, é à grande e à russa! Só na Alemanha a racionalidade não se perdeu completamente... De Portugal falarei noutra altura..."
Bagão Félix, in A Bola
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