"Para onde quer que nos viremos, só se fala em milhões. Ainda ontem, folheando os jornais, ficávamos a saber que o FMI libertou nova tranche de 657 milhões de euros, o Tribunal de Contas recusou visto a 1900 milhões em contratos, o Estado português tem 11 mil milhões no banco e o crédito malparado de famílias e empresas portuguesas vai em 16,57 mil milhões.
Se calhar por estarmos, de certa forma, anestesiados pelos valores que nos são diariamente apresentados, não estamos a levar em devida conta o fenómeno que está a mudar a face do futebol no Velho Continente e que tem como protagonistas os seguidores de Roman Abramovich (Chelsea). São eles, chamando para aqui apenas os de maior relevo, Dmitry Rybolovlev (AS Mónaco), Mansour bin Zayed Al Nahyan (Manchester City), e Tamin bin Haman al-Thani (PSG). Com meios quase ilimitados, alguns dos homens mais ricos do planeta estão a criar uma realidade virtual que, para já, inflacionou preços e fez disparar o mercado de transferências. O Mónaco, depois de Falcao, Moutinho e James Rodriguez está de mira assestada em Cristiano Ronaldo, por uma bagatela (para começo de conversa, 100 milhões...); o PSG, ciumento, aponta a Gareth Bale e a verba referida também é de 100 milhões; o Chelsea vai dar a Mourinho o que o happy one pedir; e o Manchester City também vai abrir os cordões à bolsa para reconquistar o ceptro inglês. Perante isto, os clubes que mais riqueza geram no Mundo - Real Madrid, Barcelona, Manchester United, Bayern de Munique - vêem a sua (sustentada) hegemonia ameaçada por sugar daddies que não há fair play financeiro que detenha.
E os clubes portugueses? Comprar barato, valorizar e vender caro. É a única via..."
José Manuel Delgado, in A Bola
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