"O Benfica surpreendeu os próprios benfiquistas com uma série de quatro triunfos consecutivos em quatro jogos fora de casa numa fase da época tradicionalmente crítica para as suas aspirações.
Nem os mais fanfarrões entre os adeptos se atreveriam a apostar em como o Benfica sairia vitorioso das quatro deslocações que teve de cumprir por sortilégio do calendário. Mas saiu. Foi a Coimbra afastar da Taça de Portugal com uma goleada o detentor do troféu e fechou o ciclo viajante indo a Paços de Ferreira, onde mora a equipa sensação, vencer por 2-0 a primeira-mão da meia-final que o encaminha para o Jamor. No meio, para o campeonato, venceu em Moreira de Cónegos, onde o Sporting sucumbiu na Taça, e venceu em Braga onde Jorge Jesus nunca tinha vencido desde que é treinador do Benfica.
Não era isto que estava no “programa”, pensarão agora os adeptos do FC Porto, mais o seu técnico e jogadores. Por força da tradição teriam como certo que o rival da Luz tropeçaria em um ou mais dos escolhos até porque o último jogo do Benfica, em casa, tinha resultado num empate frente ao campeão. E empatar em casa com o rival directo é sempre um acontecimento bisonho, francamente desmoralizador. Helton, o amável guarda-redes do Dragão, não fez mais do que dar voz ao sentimento geral dos seus colegas, técnicos, dirigentes e adeptos, quando afirmou, logo a seguir ao “clássico” de 13 de Janeiro, que não demoraria muito ao FC Porto ver-se como líder isolado da mais importante das competições. Enganou-se o Helton. Os guarda-redes também se enganam. O FC Porto poderá vir a ser, mais cedo ou mais tarde, o líder isolado e, por fim, o campeão. Mas vai ter de esperar mais um bocadinho do que o previsto.
Também se enganaram muitos benfiquistas que tinham como certa a desgraça anunciada. Não porque duvidem da qualidade de jogo da equipa. Mas porque duvidaram do silêncio do presidente. Há adeptos para quem tudo se decide no futebol-falado e não no futebol-jogado. E houve quem protestasse contra o facto de Vieira não ter respondido às insinuações e às pressões de Salvador na semana que antecedeu o jogo em Braga, dando logo os 3 pontos como perdidos por falta de retórica. O presidente já aprendeu. Agora aprendam os demais.
ERRAR É HUMANO
Os jogadores fazem os árbitros e vice-versa
Há quem defenda que são os jogadores que fazem os árbitros. Trocando o conceito por miúdos, as arbitragens serão boas ou más em função da disponibilidade dos jogadores para serem leais em campo, não só com os adversários mas também com o árbitro. Ser leal com o árbitro significa não o tentar enganar. Nem a ele, nem às leis do jogo que são poucas e de tão fácil compreensão que até as criancinhas entendem. Por isso é o futebol um fenómeno tão popular em todo o mundo. A inteligência do jogo está ao alcance de todos. Mas, atenção, o futebol é um jogo tão rico em surpresas que há ocasiões em que sucede o contrário. Há árbitros que fazem os jogadores.
Foi o que aconteceu no jogo que terminou em empate entre o Sporting e o Vitória de Guimarães, em Alvalade, e no que diz respeito às considerações gerais tecidas posteriormente sobre a estreia do jovem Joãozinho na equipa de Jesualdo Ferreira. A crítica especializada gostou de Joãozinho nos seus primeiros 90 minutos jogados à leão. Joãozinho pode agradecer à crítica as palavras de apoio e deve também agradecer ao árbitro o penalty que lhe perdoou, já em tempo de descontos, quando cometeu falta sobre Ricardo dentro da área do Sporting. Estreia bonita, sim, sim, com a bênção de Xistra, pois, pois.
POSITIVO
Heldon histórico
Cabo Verde foi a surpresa do CAN qualificando-se sem derrotas para os quartos-de-final da prova. Heldon, que em Portugal joga no Marítimo, foi o autor do golo decisivo no jogo contra os angolanos.
Lima: e vão 9
Grande mês tem sido Janeiro para o avançado do Benfica. Nove golos na conta desde que o ano começou. Em Braga marcou contra a sua equipa e em Paços de Ferreira, para a Taça, voltou a facturar.
NEGATIVO
Beto ajudou
Não esteve feliz o guarda-redes do Sporting de Braga no sábado à noite. Teve responsabilidades nos dois golos do Benfica. Triste despedida da Pedreira. Beto já está em Sevilha.
Pérola
“O ambiente no balneário não é bom.”, Sara Carbonero
Multiplicavam-se os esforços dos responsáveis do Real Madrid para desmentir o estado de guerrilha permanente no balneário do Santiago Bernabéu. Tudo em vão. Entrevistada pela televisão mexicana, a namorada de Iker Casillas não perdeu tempo em diplomacias e ateou novamente a fogueira."
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