"Vitória merecida do Benfica (1-0) perante Académica superdefensiva.
Depois de um jogo extenuante na Alemanha, pelo adversário e pelas condições climatéricas adversas, previam-se alguns problemas para o Benfica neste confronto com a matreira Académica, apesar do factor-casa de que os encarnados beneficiavam. O que já não estaria nas previsões mais pessimistas era que o "nulo" se arrastasse para lá dos 90' e apenas fosse desfeito de grande penalidade.
Sem Matic nem Cardozo - ambos expulsos no jogo anterior e ridiculamente penalizados por igual (1 jogo), quando o avançado justificava mais severa sanção e o sérvio nem sequer o "amarelo" - o Benfica não foi o mesmo, mais pela ausência do "trinco" do que pela do "matador", já que aquela obrigou a uma operação de cosmética à retaguarda que, decididamente, não resultou.
A chamada de André Almeida, habitual lateral, não foi a mais feliz, por evidente falta de rotina, facto que prejudicou claramente a ligação com os homens mais adiantados. Uma situação mais agravada pelo jogo pouco elástico, digamos assim, que Enzo Peréz teve a oportunidade de protagonizar. E, sem apoios consistentes no eixo, a dupla Rodrigo-Lima viu-se sempre em dificuldades para ultrapassar a barreira defensiva contrária.
Uma Académica que, sublinhe-se, apenas procurou defender, abdicando completamente do ataque, o que determinou que o jogo decorresse numa toada pastosa, sem o aliciante do contra-golpe que a existência de espaços sempre suscita. Tivesse o Benfica marcado mais cedo e, por certo, a estratégia de Pedro Emanuel teria de vestir outro "fato". Mas o jogo fechado da Briosa, com realce para Ricardo na baliza - que, apesar da melena capilar, defendeu tudo o que havia para defender - constituindo sério obstáculo às pretensões encarnadas, dispensou mudança de "traje".
Quem se viu obrigado a mudar foi Jesus, sobretudo com a entrada de Carlos Martins (saiu André Almeida). Finalmente, o onze surgiu arrumado, com o recuo de Enzo Pérez para a função de "trinco", que ele também conhece, e a passagem de Martins para a posição 10 (idem) de apoio aos pontas de lança, agora Kardec e Lima. Gaitán completou a revolução, fazendo o corredor esquerdo, em vez de Ola John, que assim se despedia depois de um remate ao poste, gesto que Melgarejo, com a "ajuda" de Ricardo, reeditaria.
Do outro lado, P. Emanuel reforçava o seu sistema de segurança com o recurso a mais uma dose de betão armado para a zona intermediária (Makelele e Ogu), enquanto Edinho rendia Cissé para o que desse e viesse lá na frente. Mas o que deu foi lá atrás, na área da Académica, onde a ingenuidade de João Dias acabou por ser fatal. Embrulhado com Gaitán, o defesa prolongou o contacto, puxando a camisola do adversário, incorrendo em castigo máximo que Lima não desperdiçou.
Uma vitória arrancada a ferros mas inteiramente merecida, uma vez que o Benfica, sem ter feito uma exibição de gala, longe disso, foi a única equipa que fez por ganhar o jogo. Já a Académica apostou forte, sim, mas apenas (e apenas mesmo) no empate. E quando assim é, às vezes apanham-se decepções..."
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