"Hoje, 1 de Novembro, todos-os-pecadores usufruem do direito ao descanso no último feriado do Dia de Todos-os-Santos.
Pondo de lado os direitos celestiais, este meu pontapé-de-saída tem mais a ver com outros direitos bem terrenos. Se ontem falei da poupança, hoje trato da cobrança. De uma cobrança sui generis.
Refiro-me a essa anomalia de, em tempos de globalização e louvaminhas à concorrência, haver, em Portugal, um monopsónio relativo aos direitos televisivos dos jogos de futebol. Durante muito tempo, assim se foi forjando uma teia de um sistema que tudo veio condicionando (e por aqui me fico...), de uma prática de «regime parabancário» que adiantando fundos aos clubes em estado de necessidade os colonizou e amordaçou e de uma ironia jamais desmentida de certos contratos indexados ao maior, o do SLB.
Por isso, saúdo a decisão corajosa e verdadeiramente fracturante do sistema anunciada pelo presidente do Benfica de cortar com este estado de coisas e ir ao coração do sistema (embora não tenha apreciado ter sido usada como arma eleitoral, pois mandam as boas práticas que, em período eleitoral, o candidato incumbente de limite à mera gestão corrente!).
Não se conhecem os detalhes do que se vai seguir, mas com esta medida vai revolucionar-se o futebol luso. Será no curto prazo e em tempo de crise económica, uma decisão de alto risco. Estamos a falar de 15 jogos da Liga e mais uns poucos que terão que render uns largos milhões de euros. Tarefa ciclópica. Mas, a médio prazo, esta refundação dos direitos televisivos será uma aposta ganha, espero. Pelo meu clube e pela verdade desportiva."
Bagão Félix, in A Bola
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