"Num máximo de cinco é excelente, não fossem as contingências. A primeira deixa-nos confusos: trêspontonove em quê? Convenhamos: se a bitola se destinava a premiar a incompetência, foi justo. Mr. X é um incompetente de marca maior. Um dos mais competentes incompetentes que temos visto. Podia ter tido uma nota mais alta, na verdade, mas também é capaz de mais.
A qualquer momento surpreende-nos com uma incompetência superlativa e, aí sim, verá o seu talento recompensado pelos senhores observadores. Mas o tal trêspontonove também pode ter sido na escala da subserviência. De novo nota justa. Mr. X obedece furiosamente aos ditames do seu chefe de cócoras. Gosta de estar bem visto por D. Palhaço e pela sua corte de imbecis. E assim, rasteja. Põe-se a jeito. É preciso agradar o patrão! É preciso deixar o Gaseificado feliz, de sorriso nos lábios. Mr. X faz a vontade. Inventa penáltis, faltas, foras-de-jogo, tudo que possa fazer do clubezinho de Rio Tinto um comandante isolado.
Mas há mais hipóteses. A escala que notifica Mr. X é a escala da canalhice. De novo, pontuação a condizer. Ratonice levada a cabo com desplante. Esbulho realizado à cara-podre, perante milhares em redor do relvado, e milhões na televisão.
A ladroagem não perdoa. É feita às claras. Merece prémio? Claro que sim! Não é este um País de ladrões e de trafulhas? Palmas para Mr. X! Incompetente, submisso, tafula: que se pode exigir mais do seu labor? Nada. Leva trêspontonove!
Leva trêspontonove por ser aquilo que muitos de nós desprezamos e tantos outros têm como princípio de vida. Quanto ao observador que lhe atribuiu trêspontonove, não tenho dúvidas: leva quatropontonove. Em pouca-vergonha!"
Afonso de Melo, in O Benfica
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