"Os adeptos das equipas grandes valorizam sobretudo o título nacional. Se não o ganham, consideram a época perdida. Ora, nos dias de hoje, as coisas já não podem ser vistas assim. O essencial é os clubes serem sustentáveis financeiramente – caso contrário, arriscam-se a desaparecer. E, como escrevi após as transferências de Javi García, Witsel e Hulk, a única estratégia sustentável dos clubes portugueses passa por descobrir valores jovens no mercado (sobretudo sul-americano), trabalhá-los, mostrá-los e vendê-los com grande margem de lucro.
A política seguida até há alguns anos pelo Benfica (e ainda hoje, às vezes, pelo Sporting) de ir buscar jogadores veteranos, pode trazer algum sucesso imediato, mas não leva a lado nenhum.
Nesta perspetiva, os títulos nacionais têm uma importância relativa. O importante é os clubes conseguirem acesso às competições internacionais (sobretudo a Champions), porque isso aumenta a visibilidade internacional dos jogadores que se querem valorizar – e faz subir a sua cotação. Uma presença nos quartos-de-final da Champions pode ser mais importante do que uma vitória no campeonato, pois o clube faz 10 jogos transmitidos pelas televisões de todo o Mundo.
Uma estratégia demasiado centrada no título nacional é errada, e não põe os clubes a salvo de problemas. Veja-se o caso do Boavista, que poucos anos depois de ser campeão praticamente acabou.
Adeptos do FC Porto, Benfica e Sporting: hoje, ganhar o campeonato não é tudo – e perdê-lo pode não ser trágico. O segredo está em montar uma política sustentável, que passa pela constante valorização e venda de jogadores, tirando deles o partido máximo enquanto jogam no clube."
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