"Há precisamente 38 anos teve início o Processo Revolucionário em Curso, vulgo PREC, em Portugal. Aproveitando o apelo a uma manifestação de apoio ao então Presidente da República, António de Spínola, convocada por uma maioria silenciosa, para o dia 28 de Setembro de 1974, forças à esquerda do Partido Socialista colocaram na Presidência Costa Gomes e no Governo Vasco Gonçalves. Derrotadas nas urnas, essas forças seriam desalojadas do poder 14 meses depois, a 25 de Novembro de 1975, dia que marca o fim do PREC.
Ao longo desses conturbados tempos, acabou por ser o povo a mais ordenar, com a força do voto, nas eleições constituintes, apontando o caminho de moderação que queria seguir.
Ontem, os sócios do Benfica presentes na Assembleia Geral chumbaram as contas apresentadas pela Direcção e, embora esta decisão não implique efeitos práticos, tem uma leitura política que não pode, nem deve, ser desprezada. A partir de hoje, o presidente do Benfica deverá dar ao que sucedeu uma resposta política, solicitado a antecipação das eleições. Tratar-se-á de um gesto simbólico, uma vez que o acto eleitoral normal deverá ocorrer até ao fim de Outubro.
Se for este o caminho escolhido por Luís Filipe Vieira, o sinal que é dado é democrático, pois é colocado, de imediato, o destino do clube nas mãos dos sócios. Sabe-se que votam, normalmente, no Benfica, cerca de 20 mil sócios, que legitimarão uma Direcção (seja ela qual for e com quem for...) com a maior das forças. Ouvir-se-á, então, a voz da maioria silenciosa. Ou não fosse hoje 28 de Setembro..."
José Manuel Delgado, in A Bola
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