"Os primeiros dias de competição nos Jogos Olímpicos de Londres não têm trazido boas notícias para o Desporto português. Para além da derrota daquela que era, à partida, a principal estrela da companhia lusa (...), as eliminações têm-se sucedido a ritmo acelerado, e - oxalá me engane - não é expectável que no momento em que o leitor tiver este Jornal em suas mãos, o panorama se tenha alterado substancialmente.
O Futebol, e os seus sucessos relativos (Selecção no Euro 2012, Ronaldo, Mourinho, Benfica na Champions), distraem-nos muitas vezes de um dado objectivo, que competições como as Olimpíadas revelam de forma avassaladora: a nossa pequenez desportiva e não só.
Nem falo das superpotências China, Estados Unidos ou Rússia. Quando vemos países como Quénia, Etiópia, Jamaica, Coreia do Norte, Cazaquistão, ou Geórgia passarem-nos destacadamente à frente, percebemos que algo vai mal por aqui. E creio que tudo começa no praticamente inexistente Desporto Escolar, e nas inultrapassáveis barreiras que um jovem encontra para conciliar os estudos com a prática, a sério, de uma modalidade desportiva. A falta de infra-estruturas, e a hegemonia cultural e mediática do Futebol, fazem o resto. O resultado está à vista.
Noutro plano, os Jogos têm trazido alguns resultados surpreendentes. Phelps, Kitajima, ou Federica Pellegrini mostraram, na Natação, que os seus melhores dias talvez já não sejam estes. Em contrapartida, o veteraníssimo Alexandre Vinokourov - que anunciara o fim de carreira após grave lesão em 2011 -, arrecadou o Ouro no Ciclismo, numa prova cujo perfil fora desenhado à medida do britânico Mark Cavendish. Destaque ainda para a armada chinesa, que não pára de conquistar medalhas; e para a eliminação da Espanha no Futebol.
Em termos televisivos, há que saudar a ampla cobertura da RTP (que tantas vezes tenho criticado a outros propósitos), e lamentar a total inexistência da Sport TV (que tão bem estivera no Europeu), canal desportivo que nem parece sê-lo."
Luís Fialho, in O Benfica
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