Últimas indefectivações

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Mariquices

"Não sou adepto do Benfica e, como sportinguista, não tenho gratas memórias de Luisão. Mas nessa não simpatia, que não significa antipatia ou animosidade, devo reconhecer que é um excelente atleta. Sarrafeiro, manhoso, e também um defesa seguro e que impõe respeito.
Agora, vejo imagens em que o envolvem com um árbitro alemão e não posso deixar de sorrir ao ver que Luisão apanhou pela frente um manhoso muito melhor do que ele. Nunca vi nada igual. O árbitro assinala uma falta, Luisão e outro jogador do Benfica discutem a bondade da apitadela, e até é possível que o defesa se tenha encostado a ele.
O alemão, ignorando a tradição bélica prussiana, atira-se para o chão inanimado, ou fingindo-se inanimado, o jogo pára, entram assistentes, os jogadores das duas equipas não sabem se hão-de rir se levar a coisa a sério, e a história termina minutos depois com o tipo a levantar-se, a marchar para as cabines, e o jogo anulado. Acho que Luisão, a esta hora, ainda deve estar a perguntar-se onde é que foi parido um sabidão maior do que ele. Só podia ser alemão. Do país que manda na Europa. E agora corre o risco de o homem amuar por ter posto meio estádio a rir por causa da mariquice da cena e escrever um relatório onde o jogador pode correr o risco de ser irradiado. Risco sério, diria eu.
Qualquer lusitano, nestes dias de crise, deve reverenciar os árbitros alemães. São os donos da bola e do jogo que se disputa em todos os relvados governamentais, o que quer dizer que, no petisco europeu, têm a faca e o queijo nas mãos. Ora Luisão ameaçou armar--se em grego e o árbitro desmaiou depressa. E daqui retira-se uma conclusão em jeito de metáfora: sejam árbitros de futebol, sejam da troika, quando trimestralmente vêm fiscalizar o comportamento do País face à penhora que nos está imposta, a tentativa de encosto cai mal em pano germânico.
Vítor Gaspar faz muito bem compondo aquela postura educada que não encosta em demasia, não protesta, apenas cumprimenta e de longe. É que se o hábito pega, partindo da fita do árbitro do encontro particular, não vai ser difícil ver peritos caídos pelo chão do Terreiro do Paço, inanimados, porque apitaram com defeito em qualquer das contas do orçamento de Estado que têm sobre vigilância. E se mandam terminar o jogo é uma chatice. Lá marcharemos todos para a fila da sopa do Sidónio."

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