"Escrevo ao cair do domingo passado, dia da primeira derrota do Benfica na época que está a começar, e este facto provocou-me uma intensa acidez de estômago, geralmente conhecida por azia. Efeitos psicossomáticos. Os pacientes, por influência da parte psíquica, sofrem todos os sintomas de um mal físico. A mim, os efeitos psicossomáticos da tristeza e depressão por um infortúnio do Benfica sobem-me do estômago pelo esófago com acentuada dose de azedume. Mas note-se que não é sempre assim. Há maus resultados e resultados maus. Por exemplo: perder um jogo com uma equipa acessível ao Benfica com golos sofridos na segunda parte pelo mesmo lado da defesa é dos tais resultados maus que me dá azia.
A demanda de um defesa esquerdo - e também de uma alternativa para o lado direito da defesa - é uma velha questão do Benfica. Já vem de longe. E nos últimos tempos, que me lembre, desde Leo que o Benfica não tem um jogador de raiz e de elevado nível para a posição, excluindo o caso de Joan Capdevila, um campeão do Mundo e da Europa provavelmente contratado fora do prazo. O que a equipa fez durante algum tempo, aliás com brilhante resultado, foi adaptar Fábio Coentrão à posição. Resultou em cheio. Aliás, o Benfica fez outro tanto do lado direito com Maximiliano Pereira, como antes fizera com Miguel. Mas não sei se insistir na receita não será abusar da sorte e do cálculo de probabilidades e também do futuro do atleta assim posto à prova.
Com o plantel aberto o Benfica segue a preparação para a nova época de Futebol. E eu daqui deixo um apelo aos dirigentes e técnicos do meu querido e glorioso Benfica: por favor tenham em conta os estômagos delicados dos sócios e adeptos."
João Paulo Guerra, in O Benfica
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