"Não é uma, não são duas, não são três. São muitas vezes. A pergunta é recorrente, vejo-me confrontado com ela amiudadas vezes e nas mais diferentes paragens. 'Por que é que o Benfica não tem mais jogadores portugueses?'. O povo vermelho recorda com saudade a longa época em que as míticas camisolas berrante só eram vestidas por futebolistas nacionais. Ademais, o povo vermelho recorda com saudade esses que foram tempos de pujança, de hegemonia, de glória.
Mas, afinal, por que é que o Benfica não tem mais jogadores portugueses? Tão-só porque a realidade é outra. No Futebol, como noutros segmentos da vida. Acaso seria possível, na paisagem da actualidade, reeditar velhos tempos por mais empolgantes que tenham sido?
E será que qualquer jogador português encaixaria no quadro profissional do Benfica? Cristiano Ronaldo, Nani, outros mais, não podem estar nas cogitações financeiras ou emocionais do Clube. Da mesma forma que resgastar Fábio Coentrão, por exemplo, não passa de um exercício de ficção.
A realidade mudou. Mudou de forma inexorável. E não apenas no atinente do nosso Benfica. Quantos espanhóis tem o Real Madrid? Quantos italianos tem o Inter Milão? Quantos ingleses tem o Arsenal? Até clubes com recursos económicos incomensuravelmente superiores ao Benfica tiveram que se adaptar aos novos tempos no universo da bola.
Há muitos estrangeiros no Benfica? Há, na verdade. Mas o Benfica não está descaracterizado. Estrangeiros são os outros, não são os nossos. E mais: importam as nacionalidades quanto importam mais ainda as vitórias e a sanidade financeira? O Benfica até pode falar uma grande amálgama de línguas, tem sempre é que falar a língua do sucesso."
João Malheiro, in O Benfica
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